Catolicismo · Confissão · · Liturgia · Patristica

O poder do sangue de Cristo

Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo

(Cat. 3,13-19: SCh 50,174-177)

(Séc.IV)

Queres conhecer o poder do sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, disse Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue (cf. Ex 12,6-7). Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem dotado de razão? É claro que não, responde ele, não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do Senhor. Se agora o inimigo, ao invés do sangue simbólico aspergido nas portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.

Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício.

De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.

Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23), que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo, de seu lado, nos deu a água e o sangue para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte.

Vede como Cristo se uniu à sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com o seu sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.

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São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja

Nasceu em Estridão (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém, onde continuou a tomar parte muito ativa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.

30 de setembro Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, no ano 347. Com a morte dos pais herdou uma boa fortuna que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada.

Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica.

Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu se retirar para vivenciar a experiência espiritual.

Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino na Antioquia, em 379, dedicando-se à reflexão, ao estudo e divulgação do Cristianismo.

Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia do grego e do hebraico, para o latim. Neste trabalho ele dedicou quase toda sua vida.

O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se “Vulgata” e se tornou oficial no Concílo de Trento.

Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde, viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos.

Morreu de velhice no ano 420, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos.

Reflexão: Diz-nos um historiador: “Todos acorriam a ele, e cada qual procurava ganhar-lhe a vontade: uns louvavam sua santidade, outros a doutrina, outros sua doçura e trato suave e benigno, e finalmente todos tinham postos os olhos nele como em um espelho de toda virtude, de penitência, e oráculo de sabedoria”. (Pe. Ribadaneira)

Oração: Ó Deus, criador do universo, que vos revelastes aos homens, através dos séculos, pela agrada Escritura, e levastes o vosso servo São Jerônimo a dedicar a sua vida ao estudo e à meditação da Bíblia, dai-me a graça de compreender com clareza a vossa palavra quando leio a Bíblia. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Do Prólogo ao Comentário sobre o Profeta Isaías, de São Jerônimo, presbítero

Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo


Pago o que devo, obediente aos preceitos de Cristo que diz: Perscrutai as Escrituras (Jo 5,39); e: Buscai e achareis (Mt 7,7). Assim que não me aconteça ouvir com os judeus: Errais, sem conhecer as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22,29). Se, conforme o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e sua sabedoria, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo.
Daí que eu imite o pai de família que de seu tesouro tira coisas novas e antigas. E a esposa, no Cântico dos Cânticos, que diz: Coisas novas e antigas, irmãozinho meu, guardei para ti (cf. Ct 7,14 Vulg.). E explicarei Isaías ensinando a vê-lo não só como profeta, mas ainda como evangelista e apóstolo. Ele próprio falou de si e dos outros evangelistas: Como são belos os pés daqueles que evangelizam boas novas, que evangelizam a paz (Is 52,7). E também Deus lhe fala como a um apóstolo: Quem enviarei, e quem irá a este povo? E ele respondeu: Eis-me aqui, envia-me (cf. Is 6,8).
Ninguém pense que desejo resumir em breves palavras o conteúdo deste livro, pois esta escritura contém todos os mistérios do Senhor, falando do Emanuel, o nascido da Virgem, o realizador de obras e sinais estupendos, o morto e sepultado, o ressurgido dos infernos e o salvador de todos os povos. Que direi de física, ética e lógica? Tudo o que há nas santas Escrituras, tudo o que a língua humana pode proferir e uma inteligência mortal receber, está contido neste livro. Atesta esses mistérios quem escreveu: Será para vós a visão de todas as coisas como as palavras de um livro selado; se é dado a alguém que saiba ler, dizendo-lhe: Lê isto, ele responderá: Não posso, está selado. E se for dado a quem não sabe ler e se lhe disser: Lê, responderá: Não sei ler (Is 29,11-12).
E se alguém parecer fraco, ouça as palavras do mesmo Apóstolo: Dois ou três profetas falem e os outros julguem; mas se a outro que está sentado algo for revelado, que se cale o primeiro (1Cor 14,32). Como podem guardar silêncio, se está ao arbítrio do Espírito, que fala pelos profetas, o calar-se e o falar? Se na verdade compreendiam aquilo que diziam, tudo está repleto de sabedoria e de inteligência. Não era apenas o ar movido pela voz que chegava a seus ouvidos, mas Deus falava no íntimo dos profetas, segundo outro Profeta diz: O anjo que falava a mim (cf. Zc 1,9), e: Clamando em nossos corações, Abba, Pai (Gl 4,6), e: Ouvirei o que o Senhor Deus disser em mim (Sl 84,9).

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Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa

Imprimirei a minha lei em seu íntimo

Bem Aventuranças – Mateus 5:3-12

Nosso Senhor Jesus Cristo, caríssimos, ia pregando o Evangelho do reino, curando as enfermidades por toda a Galiléia, e a fama de seus prodígios se espalhava pela Síria inteira. Grandes multidões, vindas da Judéia, afluíam ao médico celeste. Lenta é para a ignorância humana a fé em crer no que não vê e esperar o que não conhece. Foram precisos, a fim de firmar na doutrina divina, os benefícios corporais e o estímulo dos milagres patentes. Pela experiência de seu tão benigno poder não duvidariam que sua doutrina traz a salvação.
Para passar das curas exteriores aos remédios interiores e depois da cura dos corpos à saúde das almas, o Senhor separou-se das turbas que o cercavam, subiu à solidão do monte vizinho. Chamou os apóstolos para formá-los com mais elevadas instruções do alto da cátedra mística. Pelo próprio lugar e qualidade do ato, significava ser o mesmo que se dignara outrora falar com Moisés. Lá na mais apavorante justiça, aqui com a mais divina clemência. Eis que vêm dias, diz o Senhor, e firmarei com a casa de Israel e a casa de Judá um pacto novo. Depois daqueles dias, palavras do Senhor, porei minhas leis no seu íntimo e as escreverei em seus corações (cf. Jr 31,31.33; cf. Hb 8,8).
Aquele, pois, que falara a Moisés, falou aos apóstolos. E nos corações dos discípulos, a mão veloz do Verbo escrevia os decretos da nova Aliança. Sem nenhuma escuridão de nuvens envolventes, sem sons terríveis e relâmpagos. Sem estar o povo afastado do monte pelo terror, mas na límpida tranquilidade de uma conversa com os circunstantes atentos, a fim de remover a aspereza da lei pela brandura da graça e tirar o medo de escravo pelo espírito de adoção.
Qual seja a doutrina de Cristo, suas santas sentenças o demonstram. Elas dão a conhecer os degraus da jubilosa ascensão àqueles que desejam chegar à eterna beatitude. Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3). Seria talvez ambíguo a que pobres se referia a Verdade, se dissesse: Bem-aventurados os pobres, sem acrescentar nada sobre a espécie de pobres, parecendo bastar a simples indigência, que tantos padecem por pesada e dura necessidade, para possuir o reino dos céus. Dizendo porém: Bem-aventurados os pobres em espírito, mostra que o reino dos céus será dado àqueles que mais se recomendam pela humildade dos corações do que pela falta de riquezas.

A bem-aventurança do reino de Cristo

Após ter proclamado a felicíssima pobreza, o Senhor acrescenta: Bem-aventurados os que choram porque serão consolados (Mt 5,4). Estas lágrimas que têm a promessa da consolação eterna nada têm a ver com a comum aflição deste mundo; nem tornam bem-aventuradas as queixas arrancadas a todo o gênero humano. É outro o motivo dos gemidos dos santos, outra a causa das lágrimas felizes. A tristeza religiosa chora o pecado dos outros ou o próprio. Não se acabrunha porque se manifesta a divina justiça, mas dói-se do que se comete pela iniquidade humana. Sabe ser mais digno de lástima quem pratica a maldade do que quem a sofre, porque a maldade mergulha o injusto no castigo. A paciência leva o justo até à glória.
Em seguida diz o Senhor: Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra por herança (Mt 5,5). Os mansos e quietos, humildes, modestos e aflitos a suportar toda injúria recebem a promessa de possuir a terra. Não se considere pequena ou sem valor esta herança, como se fosse diferente da celeste morada, pois não se entende que sejam outros a entrar no reino dos céus. A terra prometida aos mansos e a ser dada aos quietos é a carne dos santos que, graças à humildade, será mudada pela feliz ressurreição e vestida com a glória da imortalidade, nada mais tendo de contrário ao espírito na harmonia de perfeita unidade. O homem exterior será então a tranquila e incorruptível possessão do homem interior.
Os mansos a possuirão numa paz perpétua e nada diminuirá de sua condição, quando o corruptível se revestir da incorruptibilidade e o mortal se cobrir com a imortalidade (1Cor 15,54); a provação se mudará em prêmio, o ônus de outrora agora será honra.

A sabedoria cristã

Em seguida diz o Senhor: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados (Mt 5,6). Esta fome nada tem de corpóreo. Esta sede não busca nada de terreno. Mas deseja ser saciada com a justiça e, introduzida no segredo mais oculto, anseia por ser repleta do próprio Senhor.

Feliz espírito, faminto do pão da justiça e que arde por tal bebida. Na verdade não teria disso nenhuma cobiça, se não lhe houvesse provado a doçura. Ouvindo o espírito profético que lhe diz: Provai e vede como é suave o Senhor (Sl 33,9), tomou uma porção da altíssima doçura e inflamou-se pelo amor das castíssimas delícias. Abandonando todo o criado, acendeu-se-lhe o desejo de comer e beber a justiça e experimentou a verdade do primeiro mandamento: Amarás o Senhor Deus de todo o teu coração, com toda a tua mente, com todas as tuas forças (Dt 6,5; cf. Mt 22,37). Porque não são coisas diferentes amar a Deus e amar a justiça.
Por fim, como o interesse pelo próximo se une ao amor de Deus, também aqui o desejo da justiça é acompanhado pela virtude da misericórdia, e se diz: Bem-aventurados os misericordiosos porque deles terá Deus misericórdia (Mt 5,7).

Reconhece, ó cristão, a dignidade de tua sabedoria e entende de que modo engenhoso foste chamado ao prêmio. A misericórdia te quer misericordioso, a justiça, justo, para que em sua criatura transpareça o Criador e no espelho do coração do homem refulja a imagem de Deus expressa pelas linhas da imitação. Firme é a fé dos que assim agem, teus desejos te acompanham e daquilo que amas gozarás sem fim.

Já que pela esmola tudo se faz puro para ti, chegas à bem-aventurança que é prometida como consequência. Diz o Senhor: Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus (Mt 5,8). Imensa felicidade, caríssimos, para quem se prepara tão grande prêmio. Que é, então, ter o coração puro? Entregar-se às virtudes acima descritas. Que inteligência poderá conceber e que língua proclamar quão grande seja a felicidade de ver a Deus? E, no entanto, isto acontecerá quando a natureza humana for transformada, de sorte que não mais em espelho ou enigma, mas face a face (1Cor 13,12), verá aquela Divindade que homem algum pôde ver tal qual é. E obterá o que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem subiu ao coração do homem (1Cor 2,9), pelo gáudio indizível da eterna contemplação.

Grande paz para os que amam a tua lei

Com razão a bem-aventurança de ver a Deus é prometida aos corações puros. Pois os olhos imundos não podem ver o esplendor da verdadeira luz; será alegria das almas límpidas aquilo mesmo que será castigo dos corações impuros. Para longe então a fuligem das vaidades terrenas. Limpemos de toda iniquidade suja os olhos interiores, e o olhar sereno se sacie de tão maravilhosa visão de Deus.
Merecer tal coisa, penso eu, é o fito do que se segue: Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). Esta bem-aventurança, caríssimos, não consiste em um acordo qualquer nem em qualquer concórdia. É aquela de que fala o Apóstolo: Tende paz com Deus (Rm 5,1) e o profeta: Grande paz para os que amam tua lei e para eles não há tropeço (Sl 118,165).
Mesmo os mais estreitos laços de amizade e uma igualdade sem falha dos espíritos não podem, na verdade, reivindicar para si esta paz, se não concordarem com a vontade de Deus. Estão fora da dignidade desta paz a semelhança na cobiça dos maus, as alianças pecaminosas, os pactos para o vício. O amor do mundo não combina com o amor de Deus, nem passa para a sociedade dos filhos de Deus quem não se separa da vida carnal. Quem sempre com Deus tem em mente guardar com solicitude a unidade do espírito no vínculo da paz (Ef 4,3), jamais discorda da lei eterna, repetindo a oração da fé: Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu (Mt 6,10).
São estes os pacíficos, estes os unânimes no bem, santamente concordes, que receberão o nome eterno de filhos de Deus, co-herdeiros de Cristo (cf. Rm 8,17). Porque o amor de Deus e o do próximo lhes obterão não mais sentir adversidades, não mais temer escândalo algum. Mas terminado o combate de todas as tentações, repousarão na tranquila paz de Deus, por nosso Senhor que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

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Bem Aventuranças – Mateus 5:3-12

Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa

3 “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus!

4 Bem-aventurados os que cho­ram, porque serão consolados!

5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão miseri­córdia!

8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

9 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!

11 Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.

12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”.

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Conservadores e Progressistas, duas faces da mesma moeda.

Começarei citando Gilbert Keith Chesterton quando ele escreve no artigo As tolices dos nossos partidos :

Todo o mundo moderno se dividiu em conservadores e progressistas. O negócio dos progressistas é seguir cometendo erros. O dos conservadores é evitar que os erros sejam corrigidos. Mesmo quando o revolucionário possa ele próprio se arrepender de sua revolução, o tradicionalista já está defendo-a como parte da sua tradição. Assim, nós temos dois grandes tipos – a pessoa avançada que nos empurra para a ruína e a pessoa retrospectiva que admira as ruínas. Ele as admira especialmente à luz da lua, para não dizer sob um raio da lua. Cada nova tolice do progressista ou golpista se torna instantaneamente uma lenda ou antiguidade imemorial para o pretensioso. Isso é chamado de equilíbrio, ou contrapesos mútuos, em nossa Constituição.

Apesar do pensamento distinto em muitos assuntos, tanto a ideologia de direita, como a de esquerda corroboram para a destruição da sociedade cristã, e devemos escolher o candidato menos pior.

Esquerda

Ideologia de Gênero

4b*rt*

Buscam um Jesus revolucionário, sem as virtudes, sem mudança de vida

Comunismo / marxismo

Criticam julgam e murmuram contra as ações da direita.

Direita

divórcio

camisinha, anticoncepcionais, planejamento familiar

Buscam um Jesus engessado na lei, sem buscar a santidade, isto é imitam os princípios dos fariseus

liberalismo

Criticam julgam e murmuram contra as ações da esquerda.

A reengenharia social executada ao longo das ultimas décadas inserindo o pensamento maçônico na sociedade brasileira, praticamente cegou a população de enxergarem o CAMINHO, e por isto acabam ignorando a VERDADE, cada um com o seu viés enxergando os erros opostos, de dois sistemas condenados pela Igreja, conforme o paragrafo 2425 do Catecismo(abaixo transcrito). A incapacidade de enxergar os próprios erros, em primeiro lugar é devido a falta de humildade e a necessidade de estar correto, por enxergou os erros, porém a falta de uma busca pela santidade, buscando as virtudes, acaba deixando-se ser dominado pela soberba, mesmo muitas vezes tendo o nome de Cristo na boca, porém longe do coração.

CIC 2425. A Igreja rejeitou as ideologias totalitárias e ateias, associadas, nos tempos modernos, ao «comunismo» ou ao «socialismo». Por outro lado, recusou, na prática do «capitalismo», o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano (167). Regular a economia só pela planificação centralizada perverte a base dos laços sociais: regulá-la só pela lei do mercado é faltar à justiça social, «porque há numerosas necessidades humanas que não podem ser satisfeitas pelo mercado» (168). É necessário preconizar uma regulação racional do mercado e das iniciativas económicas, segundo uma justa hierarquia dos valores e tendo em vista o bem comum.

O mundo hoje precisa parar e refletir, ser humilde e buscar compreender a mensagem de Cristo Jesus. Porém a fumaça de satanás contaminou os corações dos brasileiros, de direita e de esquerda, e eles procuram condenar o seu próximo, pois eles, assim como os zombeteiros aos pés da Cruz, buscam constranger Nosso Deus, Rei e Senhor, que se humilhou e se tornou escravo para nos libertar dos grilhões do pecado. E bradam incessantemente: “Se tu és Deus, desce da Cruz.” O mundo rejeitou a cruz, pois rejeita a santidade. Pois São Pedro, claramente nos escreveu, o que parece que esquecemos, citado abaixo:

II Pedro 3:9 O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam.

Isto é, Deus quer que todos se salvem. Se por hora, alguém est andando afastado da Graça, aqueles que andam na Graça, deveriam orar, fazer penitencias e dar esmolas, pela conversão dos transviados, mas o que acontece nos dias atuais? Infelizmente criticas, murmurações e julgamentos, isto é um louvor a satanás de muitos, que tem o nome de Cristo na boca, mas o coração está em outro lugar.

Mateus 15:8-9
Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim. Vão é o culto que me prestam, porque ensinam preceitos que só vêm dos homens!”.

Nós devemos honrar a Cristo Jesus em nossos atos, palavras, pensamentos, buscando seguir o CAMINHO, o CAMINHO que nos leva a VERDADE, a VERDADE que nos faz encontrar a VIDA, a VIDA que é Jesus Cristo, pois as ideologias são passageiras, e tentam deturpar a VERDADE, do lado esquerdo relativizando os milagres e procurando omiti-los, procurando transformar Jesus Cristo em um revolucionário e do lado direito ignorando as virtudes e a busca pela santidade, engessando Jesus Cristo, como se fosse a tradição de uma lei. Jesus Cristo é muito maior do que tudo isto, Jesus Cristo é o puro AMOR, e o puro AMOR nos diz, se quisermos seguilo, devemos renunciar a nós mesmos, tomar a nossa Cruz e segui-lo.

Mateus 16:24-26

Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, irá recobrá-la. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?…*

Denunciar um erro, não é ficar criticando, julgando e murmurando, algo que potencializa a ação do mal e das forças do mal espalhada nos ares, como São Paulo claramente expõe que é o nosso inimigo. Porém como não o enxergamos, levados pela soberba, criticamos o lado oposto da ideologia que eu sigo, pois sou capaz de enxergar os erros do outro lado do muro, porém sou incapaz de enxergar os erros do meu lado do muro, pois a soberba ela nos cega, e somente buscando imitar as virtudes da Virgem Maria, pois se Deus olhou para a humildade de sua serva, quem somos nós para não olharmos para a humildade da Virgem Maria, imita-la, para que assim, Deus posso olhar para nós. Negar a Virgem Maria, é negar o olhar de Deus para ela, é negar ao próprio Deus.

Devemos como católicos, que professam a fé deixada pelos apóstolos e transmitida até nós initerruptamente através do sacrifício do Santíssimo Sacramento, seguir a Cristo Jesus, e para não nos perdermos na soberba de nossas ações imitarmos as virtudes da Virgem Maria, pois Ela sempre nos diz: “fazei tudo que Ele vos disse.” O que agrada ao coração de nossa terna Mãe, é fazer tudo o que Cristo Jesus nos pediu, porém por muitas vezes sermos levados pela soberba, devemos segurar em Suas ternas mãos de Mãe para buscarmos fazer a Vontade de Deus.

Porque Jesus nos chama de ovelhas?

Eu até posso justificar que o outro lado esta fazendo coisas erradas, e prejudicando a população. Mas qual a minha atitude para tentar reparar esta injustiça? Fazer o mesmo que os samaritanos, quando João e Tiago foram repreendidos? ou a minha atitude é a de ser manso e humilde de coração, pois aprendemos com nosso Mestre?

Lucas 9:52-56

Enviou diante de si mensa­geiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada. Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém. Vendo isso, Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?”. Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente. [“Não sabeis de que espírito sois animados.* O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las.”] Foram então para outra povoação.

Ou continuaremos zombando de Cristo no alto da Cruz, pedindo milagres como os judeus ou sabedoria como os gregos, pois a sabedoria da Cruz é loucura para nós? Qual é a nossa atitude como cristão católico? Deveria ser óbvio, porém o óbvio é que precisamos “afirmar veementemente que a grama é verde”. Quanto mais com as verdades da fé atacadas de maneira direta ou velada pelos asseclas do dragão vermelho, asseclas do dragão negro, asseclas de lutero, entre outros, que desprezam a Cristo ao desprezar a linguagem da Cruz, e por hora, correm o risco de se perder. Estes todos aqueles que Cristo não quer que se percam, e o que deveríamos fazer? Ser a Luz de Cristo, dar testemunho da nossa fé, mas ao invés disto, acabamos louvando a satanás quando criticamos, julgamos e murmuramos, abrindo brechas para as forças do mal espalhada nos áreas, atuarem cada vez mais intensamente no Brasil e nos seus poderes constituídos, tentando implantar legislações nefastas de eugenia.

I Coríntios 1:1-2.17-18.22-25
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por chamado e vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Jesus Cristo, chamados à santidade, juntamente com todos os que, em qualquer lugar que estejam, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Se­nhor deles e nosso;

Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo. A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.

Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos – quer judeus quer gregos –, força de Deus e sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.*

Nós somos tentados diuturnamente como Jesus foi tentado, e a arma do inimigo, muitas vezes é utilizar da própria palavra de Deus, como ele o fez quando tentou Jesus no deserto, e aparentemente oferecendo até coisas boas, porém coisas boas que nos condenarão ao inferno senão nos convertermos, mudarmos de vida e Seguirmos Cristo Jesus.

Mateus 4:1-11
Em seguida, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio. Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se dele e lhe disse: “Se és Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem pães”. Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Dt 8,3). O demônio transportou-o à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe:* “Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; eles te protegerão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra” (Sl 90,11s). Disse-lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus (Dt 6,16)”. O demônio transportou-o uma vez mais, a um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: “Eu te darei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares”. Respondeu-lhe Jesus: “Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás (Dt 6,13)”. Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo.

As ideologias de direita e de esquerda trabalham de mãos dadas para destruir gradativamente a sociedade católico cristã, destruindo a conta gotas os valores que recebemos dos apóstolos e que após centenas de ataques de heresias ao longo dos últimos séculos, foi permeando e se introduzindo lentamente em nossa sociedade. Precisamos voltar ao primeiro amor, precisamos voltar a Cristo Jesus. Não com palavras bonitas ou sentimentos puros e profundos, mas com a nossa razão ao não rejeitar a linguagem da Cruz, mas carrega-la e mostra-la ao mundo, sendo luz para nossos irmãos hereges, apostatas enxergarem a Cristo Jesus, e assim buscarem a VERDADE.

Efésios 6:12

Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares.*

Mas precisamos fechar as nossa brechas, fechar as brechas do Brasil, para que o Espirito Santo possa agir livremente no brasil, restaurando a Terra de Santa Cruz, que tem a Virgem Maria como Imperatriz deste solo, e que é sonho de Deus, desde a fundação do reino de Portugal.

Infelizmente existem muitos mais ab*rt*s não registrados, pois os mesmos ocorrem em decorrência da utilização dos métodos anticoncepcionais, pílula, etc… Esta catástrofe gigantesca vem destruindo gradativamente as famílias cristãs, que ao se utilizarem de tais métodos, seja por ignorância, seja por clara ciência, corroboram com a atuação das folhas do mal espalhada nos ares. Isto fica claro com o filme Nefarious que com uma linguagem clara procura demonstrar tais realidades e o ceticismo daqueles que acham que estão evoluindo, mas literalmente estão trabalhando para implantação do mal no mundo. O padre Paulo Ricardo, explica claramente o que ocorre no corpo de uma mulher que toma tais substancias, e oremos pelas almas das milhões, quiçá bilhões de vidas ceifadas no Brasil nas ultimas décadas em decorrência da utilização destes instrumentos de genocídio.

Voltemos nosso olhar para a Cruz, sinal de contradição. Busquemos fazer a vontade de Deus, conforme a vontade de Deus, da maneira da vontade de Deus, e para não sermos levados pela soberba seguremos nas mãos da Virgem Maria. Primeiramente, independente do governante, seja ele de qual ideologia for, seja ele de qual poder for (Executivo, Legislativo, Judiciário) em todas as esferas do Brasil (Municipal, Estadual e Federal) façamos como São Paulo nos ensinou na primeira carta a Timóteo.

I Timóteo 2:1-2

Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade.

Pois todos nós somos chamados a ser santos. E qual maior virtude de orar por aqueles que nos perseguem, sem criticar, sem jugar, sem murmurar, mas orando pela conversão deles? Nós somos como ovelhas, e senão vigiarmos, a soberba, a inveja, pecados angélicos e satânicos, preenche nossos corações, e nos afasta da graça de Deus. Nós somos chamados a ser santos, e como o faremos? Por nós mesmos nunca conseguiremos, dependemos do Espirito Santo, para que, pela graça de Deus, nós consigamos nos salvar.

I Pedro 1:15-16

A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.

Pois ser santo é assumir o jugo de Cristo que é suave e leve, pois nenhuma tentação nos é dada além das forças com as quais Deus permite, pois Deus nos dá as forças para resistimos as tentações. E porque não resistimos? Em um mundo centrado nos sentimentos, arrepios, etc…, que ignora a humildade de buscar a VERDADE, qualquer agitação no mar, nos faz afundar. Mas chegou o momento de acordarmos, frearmos nossas línguas, e mesmo que pequemos buscarmos com maior frequência o tribunal da justiça divina, o sacramento da Confissão. Busquemos viver a castidade, e mesmo que caiamos na fornicação, busquemos a reconciliação com o Sumo Redentor, buscando avançar em nossa conversão nos acusando no tribunal da misericórdia divina, através do sacramento da Confissão. Eliminemos os hábitos que abriram as portas do inferno sobre o Brasil, tais como os controles de natalidade e planejamento familiar propostos pelas ideologias nefastas materialistas de direita e de esquerda, pois não podemos servir a dois senhores, pois ou amaremos um e odiaremos o outro, da mesma maneira, não podemos servir a Jesus Cristo e ao dinheiro. Temos que voltar a ser católicos, isto é, fazer tudo por amor a Jesus Cristo, e não por tradição. Precisamos entender e compreender a VERDADE.

Mateus 11:29-30

Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”.

Efésios 4:29

Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem.

Finalizando, citarei São Bernardo de Claraval1 quem muito amou e foi devoto da Virgem Maria, e que nos mostra claramente que Seguir o Caminho, a Verdade e a Vida, é buscar a humildade, é buscar imitar as virtudes da Virgem Maria, é segurar na s mãos da nossa Mãe através das contas do Santo Rosário e seguir a Jesus Cristo

Quando o Senhor diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” [Jo 14, 6], propõe-nos o labor do caminho, e o prêmio do labor. A humildade, com efeito, é chamada de caminho que conduz à verdade. A humildade é o labor, enquanto a verdade é o prêmio do labor. “Como sabes”, dirás tu, “que esta passagem se refere à humildade, se [o Senhor] disse de modo indeterminado: ‘Eu sou o caminho’?”. Escuta-o atentamente: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” [Mt 11, 29].

Ele pois se propõe como exemplo de humildade e como modelo de mansidão. Se o imitares, não andarás em trevas, senão que terás a luz da vida. E o que é a luz da vida senão a verdade, que ilumina a todo homem que vem a este mundo, e que mostra onde se encontra a vida verdadeira? Por isso, além de dizer: “Eu sou o caminho e a verdade”, disse ainda: “e a vida”. É como se dissesse: “Eu sou o caminho”, porque levo à verdade; “eu sou a verdade”, porque prometo a vida; “eu sou a vida”, porque a dou. Porque ele mesmo diz: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” [Jo 17, 3].

Se porém tu dizes: “Considero o caminho, a humildade; desejo o fruto, a verdade. Mas o que farei se tão grande é o labor do caminho que não posso chegar ao ganho desejado?”, ele responde-te: “Eu sou a vida”, isto é, o viático com que te sustentarás no caminho.

O Senhor clama aos desencaminhados e aos ignorantes do caminho: “Eu sou o caminho”; aos que duvidam e aos que não crêem: “Eu sou a verdade”; e aos ascendentes, mas lassos: “Eu sou a vida”. Está, ao que parece, suficientemente claro por capítulos do Evangelho que o conhecimento da verdade é fruto da humildade. Vê este: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas”, referindo-se sem dúvida aos segredos da verdade, “aos sábios e aos prudentes”, isto é, aos soberbos, “e as revelaste aos pequeninos”, isto é, aos humildes. E nisto aparece que a verdade, que se esconde dos soberbos, se revela aos humildes.

A humildade pode definir-se assim: a humildade é uma virtude que leva o homem a desprezar-se ante seu próprio e veríssimo conhecimento.

Sejamos humildes, oremos pela conversão dos hereges, apostadas, aqueles que não creem, pois só não estamos fazendo o que eles estão fazendo, pela Graça de Deus, pois sem Cristo, nada podemos fazer. Façamos penitencias e demos esmolas, e busquemos imitar as virtudes da Virgem Maria, sendo humildes, refreando nossa língua, buscando viver em castidade, buscando a santidade, neste mundo para viver a santidade na vida eterna.

João 14:6b

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

  1. São Bernardo de ClaravalOs graus da humildade e da soberba ↩︎
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Orações

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AUGUSTA RAINHA DOS CÉUS Ore neste link

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Oração a Nossa Senhora em Preparação para Santa Missa Ore neste link

Oração de Santo Tomás de Aquino em Ação de Graças depois da Missa

Oração a N.S.J. Cristo Crucificado em Ação de Graças depois da Missa

Oração universal atribuída ao Papa Clemente XI em Ação de Graças depois da Missa

Oração a Nossa Senhora em Ação de Graças depois da Missa

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Dos Sermões de São Bernardo, abade

Estava sua mãe junto à cruz

(Sermo in dom. infra oct. Asumptionis,14-15: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],273-274)
(Séc.XII)

Nossa Senhora das Dores de Raúl Berzosa

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de contradição, e a Maria: e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2,34-35). Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente traspassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal. E pior que a espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isto deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?

Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos. Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” Sem dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim sofreu com o Crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.