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Santa Margarida Maria Alacoque

Nasceu em 25 de julho de 1647 em Janots, Borgonha. Inspirada pela graça, fez voto de castidade perpétua aos 4 anos.

Ficando órfã de pai, foi levada à escola das Clarissas, mas teve que regressar pouco depois, por motivo de enfermidade. Fez então à Santíssima Virgem a promessa de tornar-se religiosa caso fosse curada, e recuperou a saúde.

Ao contemplar um quadro de São Francisco de Sales, sentiu-se fortemente chamada para fazer parte de suas filhas, as Visitandinas, e ingressou no Convento de Paray-le-Monial, em 20 de junho de 1671.

Nesse mosteiro, vivia de graças místicas e do intenso convívio com Nosso Senhor Jesus Cristo. Como isso causasse estranheza às superioras, Jesus “adaptou” suas graças à regra da Congregação e deu-lhe três armas para a luta diária pela purificação e transformação de sua alma: uma consciência delicada e um horror à menor falta; a santa obediência; e sua santa Cruz.

Recebeu as belíssimas revelações da misericórdia do Coração de Jesus: “Eis o Coração que tanto amou os homens e por eles foi tão pouco amado”.

Jesus permitiu-lhe sofrer muito pela incompreensão das superioras e irmãs de hábito, mas deu-lhe por confessor o grande São Cláudio de La Colombière.

Faleceu em 17 de outubro de 1690. Somente três anos depois de sua morte começou a ser divulgada a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, de quem foi tão grande entusiasta.

Foi canonizada em 1920, pelo Papa Bento XV.

fone: Revista Arautos do Evangelho, Out/2003, n. 22, p. 48

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Santa Margarida Maria Alacoque: a mensageira do Sagrado Coração de Jesus

A mensagem da qual Santa Margarida Maria Alacoque foi portadora mostraria à humanidade, de um modo nunca antes imaginado, a insondável intensidade do amor que Ele tem a cada um de nós.

Quando Margarida tinha apenas quatro anos, começou a sentir-se levada a dizer diversas vezes: “Ó meu Deus, eu Vos consagro minha pureza e Vos faço voto de castidade perpétua”.

Algo surpreendente numa menininha daquela idade, que nem sabia o que isso significava — como diria mais tarde em suas memórias. Era já o início extraordinário da história desta alma, na qual a graça divina agia preparando-a para pertencer somente a Jesus. Assim, ela poderia cumprir eximiamente uma crucial missão em benefício da humanidade: ser a mensageira do Sagrado Coração.

Luta entre a vocação e o atrativo pela vida comum

Margarida nasceu em 22 de julho de 1647 na Borgonha, França. Seu pai era juiz e notário real, mas homem de pequenas posses. Quando tinha 8 anos, foi surpreendida pelo falecimento de seu pai, e a família precisou enviá-la para a escola das clarissas de Charolles.

Ali, uma estranha enfermidade reduziu-a a um tal estado de debilidade que, ao cabo de algum tempo, sua mãe a levou de volta para casa.

“Passei quatro anos sem poder caminhar”, dirá ela depois. Vendo a ineficácia dos remédios, voltou-se para a Virgem das Virgens e fez-lhe o voto de entrar para a vida religiosa, se ficasse curada. Foi atendida com rapidez, restabelecendo-se instantaneamente.

Entretanto, quando Margarida completou 17 anos, sua mãe e seus irmãos decidiram que ela devia se casar.

Deixando-se levar pelo amor filial, a jovem lentamente começou a tomar parte nos folguedos de sua idade — embora se guardando de ofender a Deus — e a acariciar a ideia de contrair matrimônio, mesmo porque já tinha vários pretendentes. No seu interior travou-se então uma demorada e intensa batalha: de um lado, a atração pela vida comum lhe sussurrava ser até um dever de piedade filial constituir um lar, pois assim poderia amparar melhor sua mãe enferma.

De outro, a voz da graça lembrava-lhe o voto de castidade perfeita que fizera já na infância, bem como a promessa de fazer-se esposa de Cristo. Não importa, você era muito criança para entender o que dizia, portanto, essas promessas não tinham valor; você agora é livre! — era a resposta que lhe vinha em seguida à mente.

Esse cruel embate de alma durou alguns anos. Mas, ajudada de modo sensível por Nosso Senhor, a vocação religiosa acabou por vencer: em 1671, ela entrou como postulante no Mosteiro da Visitação, de Paray-le- Monial.

Desde a infância, Margarida fora beneficiada por experiências místicas.

As mais importantes ocorreram no convento, a partir de 27 de dezembro de 1673, quando passou a receber uma série de revelações do Sagrado Coração de Jesus, o qual a incumbia de ser a encarregada de divulgar essa devoção.

Além disso, as três superioras que, a cada seis anos, assumiram sucessivamente a autoridade no convento de Paray-le-Monial convenceram-se da santidade de Margarida. Contudo, ela sofreu acirrada oposição dentro da comunidade, que a tratava como uma excêntrica visionária. Seu principal apoio veio de São Cláudio de la Colombière, jovem sacerdote jesuíta que foi durante certo tempo confessor das freiras e testemunhou serem reais as visões da Santa.

Todavia, por sua perseverança, docilidade, espírito de obediência e caridade, ela acabou vencendo as oposições e conseguiu cumprir sua missão, começando por introduzir em 1686 — no início para um círculo restrito de seu próprio convento — a festa do Sagrado Coração de Jesus. Assim, esta se espalhou com rapidez por outros mosteiros da Visitação, e transbordou para o exterior da congregação.

Por fim, após uma existência na qual se consumiu sem cessar no amor ao Sagrado Coração de Jesus, Santa Margarida Maria Alacoque morreu em 17 de outubro de 1690, aos 43 anos. Foi canonizada por Bento XV em 1920. Seu corpo está colocado sob o altar da capela do convento onde viveu, e os peregrinos que ali vão rezar a ela alcançam insignes graças.

fonte: Revista Arautos do Evangelho, Jun/2006, n. 54, p. 22 e 23

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São Cláudio de La Colombière –Apostolo do Sagrado Coração de Jesus

Confessor e confidente de Santa Margarida Maria Alacoque, São Cláudio de La Colombière foi escolhido por Deus para propagar o amor e a confiança, por meio da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

No ano de 1675, um novo superior foi designado para a casa dos jesuítas em Paray-le-Monial. Sendo ele confessor extraordinário das vizinhas freiras da Visitação, foi estar com a superiora, Madre de Saumaise, a fim de se pôr à disposição do mosteiro. Esta lhe apresentou toda a comunidade e, enquanto o sacerdote dirigia às religiosas breves palavras de incentivo à prática da virtude heroica, uma delas, Irmã Margarida Maria Alacoque, ouviu uma voz interior lhe dizendo:

— Eis aí quem te envio!

Fazia poucos anos que pertencia a freira à Congregação e já havia sido beneficiada pelo Sagrado Coração de Jesus com numerosas visões e revelações. Naquele momento, porém, passava ela pelo drama da dúvida. Seus superiores e algumas autoridades eclesiásticas a consideravam “uma visionária”, levando-a a se perguntar se não estaria sendo vítima da ilusão ou enganada pelo demônio.

O Divino Mestre fizera-lhe, então, uma promessa: “Eu te mandarei meu fiel servo e amigo perfeito”. 1 Tratava-se do padre Cláudio de La Colombière, que Jesus enviava naquele momento à Irmã Margarida, para confirmar-lhe “em seus caminhos e para torná-lo participante de grandes graças do seu Sagrado Coração”. 2

Formação em colégios da Companhia

Da infância do padre de La Colombière, pouco se conhece. Nasceu a 2 de fevereiro de 1641, na aldeia de Saint-Symphorien, mas aos nove anos mudou-se com a família para Vienne, onde os beneditinos de Saint Andrés-le-Bas lançaram em sua alma as primeiras sementes de sua ardorosa devoção à Sagrada Eucaristia e lhe ministraram a Primeira Comunhão.

Pouco depois de ter chegado à cidade, começou a estudar gramática com os padres jesuítas e, três anos depois, mudou-se para Lyon, a fim de cursar Humanidades, no colégio da Companhia. Foi também nessa cidade, na qual morou por cinco anos, que começou a tomar contato com a obra do grande Francisco de Sales, através das Irmãs da Visitação de Bellecour, em cujo convento falecera o santo fundador.

Cumpridos já dezessete anos, enquanto passava alguns dias de férias na casa dos pais, Cláudio decidiu tornar-se jesuíta. De temperamento reservado, um pouco tímido e muito afetuoso, custou-lhe separar-se da família. Mas o fez de bom grado e por completo, compreendendo consistir a verdadeira felicidade na entrega a Deus por um amor exclusivo.

Mais tarde afirmaria: “Jesus Cristo prometeu cem por um, e posso dizer que nunca fiz nada sem ter recebido, não cem por um, mas mil vezes mais do que havia abandonado”. 3

Do noviciado ao sacerdócio

Corria o ano de 1658, quando Cláudio ingressou no Noviciado de Avignon. Ali se alternaram provas e alegrias, períodos de aridez com outros marcados por uma luz transbordante. Dois anos depois, proferiu os primeiros votos e, havendo concluído o curso de Filosofia, dedicou-se ao magistério no colégio da Companhia, conforme determinavam as regras, antes de prosseguir os estudos para o sacerdócio.

Por sua grande capacidade intelectual, estro literário e modo de fazer os sermões, o Superior Geral decidiu enviá-lo, em 1666, para estudar Teologia no Colégio de Clermont, em Paris. Ali se revelou exímio orador e excelente professor de retórica. Seu valor acadêmico e o exemplo ilibado de vida religiosa valeram-lhe o cargo de preceptor dos filhos de Colbert, o célebre Ministro do Tesouro de Luís XIV. Teve, assim, de frequentar os ambientes da corte, fazendo neles muitos amigos e dando mostras de grande talento, fino trato e elevada educação, além de se destacar pela firmeza de princípios e exímia virtude.

A Terceira Provação

Em 6 de abril de 1669, Cláudio recebeu as sagradas ordens e cinco anos depois chegou para ele o tempo chamado por Santo Inácio de “Escola do Afeto”.

A sabedoria do fundador bem via quanto os largos anos de estudo, magistério e apostolado podiam ser para seus filhos espirituais motivo de diminuição do fervor inicial, contaminado por aspirações mundanas, quando não por sentimentos de vanglória pelos êxitos obtidos. Por isso, estabeleceu que cada jesuíta passasse por este novo período de noviciado, também chamado de Terceira Provação, antes de fazer a profissão solene. Nesse tempo, sob a orientação paternal de um instrutor, o religioso fazia um balanço de sua vida, visando desapegar-se de toda preocupação humana para deixar-se levar inteiramente pela luz divina.

A Casa São José, em Lyon, foi o lugar onde o padre Cláudio atravessou esse período, durante o qual fez um voto particular de cumprimento exímio das regras do Instituto, “sem reservas”, dispondo-se a aceitar com alegria as determinações da Santa Obediência e romper de uma vez por todas as cadeias do amor-próprio. Ao mesmo tempo consolidou-se em sua alma a confiança — também sem reservas — na misericórdia divina, sem a qual ser-lhe-ia impossível manter-se fiel aos propósitos feitos em prol da própria santificação e a dos outros.

Esse tempo de solidão e recolhimento fê-lo também desapegar-se de todos os relacionamentos humanos, aos quais era extremamente sensível, para ter Nosso Senhor como único e verdadeiro amigo: “Meu Jesus […] tenho certeza de ser amado, se vos amo. […] Por mais miserável que eu seja, não me tirará vossa amizade nenhum indivíduo mais nobre que eu, nem mais culto ou mais santo”. 4

Antes mesmo de concluir o tempo regulamentar, foi admitido aos votos solenes, feitos quando completava 34 anos, em 2 de fevereiro de 1675. Logo em seguida, recebeu o encargo de superior da casa dos jesuítas em Paray-le-Monial. Sua alma estava com a têmpera ideal para empreender a grande missão que o aguardava.

Três corações unidos para sempre

O padre de La Colombière não sabia o que encontraria nessa pequena cidade, mas seus superiores, inteirando-se das visões de Santa Margarida Maria Alacoque e das polêmicas que haviam gerado, o escolheram exatamente por causa do seu equilíbrio de alma. Padre Cláudio era perfeitamente capaz de sustentar os bons critérios frente às controvérsias criadas, dentro e fora do convento.

De fato, sem se importar com as críticas e juízos desfavoráveis, logo viu a mão de Deus nas visões de Irmã Margarida Maria e a tranquilizou e apoiou, recebendo, como recompensa, recados e favores do Divino Mestre.

Um deles ocorreu, certa vez, durante a Missa celebrada para a comunidade, quando a religiosa viu, na hora da Comunhão, o Sagrado Coração de Jesus como uma fornalha ardente e dois outros corações abismando-se n’Ele: o do padre de La Colombière e o seu próprio, enquanto ouvia estas palavras: “É assim que meu puro amor une esses três corações para sempre. Esta união destina-se à glória de meu Sagrado Coração. Quero que descubras seus tesouros, ele fará conhecer seu preço e utilidade. Para tanto, sejais como irmão e irmã, partilhando igualmente os bens espirituais”. 5

Apressou-se ela em transmitir o fato ao sacerdote e depois relatou sua reação. “As mostras de humildade e as ações de graças com que ele recebeu essa comunicação e várias outras coisas que lhe transmiti da parte de meu soberano Senhor e que lhe diziam respeito, comoveram-me e foram-me mais proveitosas que todos os sermões que eu poderia ouvir”. 6

Apostolado da confiança e do reafervoramento

No curto período de dezoito meses de sua permanência em Paray-le-Monial, quiçá tenha feito o padre de La Colombière mais pelas almas que em todos os anos anteriores de sua vida.

O jansenismo, então em pleno auge na França, minava nos corações a confiança na bondade de Nosso Senhor e de sua Mãe Santíssima, e afastava os fiéis dos Sacramentos, sobretudo da Sagrada Comunhão.

O apostolado feito por São Cláudio em suas cartas, pregações e direções espirituais ia justamente no sentido contrário: promovia a confiança em Maria e a devoção ao Santíssimo Sacramento. Atraiu assim muitas ovelhas desgarradas, trazendo-as de volta ao redil do Salvador.

Fundou uma Congregação Mariana para nobres e burgueses, na qual agrupou os cavalheiros católicos da cidade, bem como reorganizou a dos alunos do colégio da Companhia. Reestruturou o hospital dos peregrinos e indigentes, e pregou missões nos povoados vizinhos, com grandíssimos frutos de reafervoramento.

“Aparição do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria” – Basílica de Santa Cecília in Trastevere (Roma)

“Eis o Coração que tanto amou os homens”

Mas sua máxima missão foi participar, por desígnio do próprio Jesus, na chamada “Grande Revelação” feita a Santa Margarida Maria, em um dia da Oitava de Corpus Christi de 1675, quando rezava diante do Santíssimo Sacramento: a difusão da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, bem como a instituição de sua festa e da consagração reparadora.

Assim transcreveu a santa as célebres palavras proferidas por Nosso Senhor, enquanto lhe mostrava seu Divino Coração: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-Se e consumir-Se, para manifestar-lhes seu amor. E como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, desprezos, irreverências, sacrilégios, friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor. E é ainda mais repugnante, porque são corações a Mim consagrados”. 7

Em seguida, pediu-lhe o Senhor que a primeira sexta-feira após a Oitava de Corpus Christi fosse consagrada como festa especial para honrar seu Coração, com um ato público de desagravo e comunhões reparadoras. Acrescentou a promessa formal de conceder copiosos favores espirituais para quem praticasse tal devoção.

A religiosa alegou sua indignidade e incapacidade de realizar a missão, e recebeu esta resposta: “Dirige-te a meu servo Cláudio e dize-lhe, de minha parte, que faça todo o possível para estabelecer esta devoção e dar esse gosto a meu Divino Coração; que não desanime diante das dificuldades que encontrará, pois estas não faltarão, mas ele deve saber que é todo poderoso quem desconfia de si mesmo para confiar unicamente em Mim”. 8

Assim, na sexta-feira seguinte, São Cláudio, Santa Margarida e a comunidade da Visitação de Paray-le-Monial celebraram, pela primeira vez, a Festa do Sagrado Coração de Jesus, consagrando-se inteiramente a Ele.

Missão junto à Duquesa de York

Quando estava no auge de suas atividades em Paray-le-Monial, o padre de La Colombière recebeu ordem de partir para Londres, como capelão da Duquesa de York, Maria de Módena, que era católica fervorosa e só consentira em se casar com o Duque, irmão de Carlos II, após ser autorizada pelo governo inglês a ter sempre um sacerdote junto a ela.

Por meio da santa vidente, o Coração de Jesus recomendou a São Cláudio algumas atitudes a serem observadas em sua nova missão: não se assustar com a investida dos infernos contra seu carisma para atrair as almas, mas confiar inteiramente na bondade de Deus, pois seria Ele seu sustentáculo; usar de doçura e compaixão para com os pecadores; ter o cuidado de nunca separar o bem de sua fonte. 9

Sua partida foi muito dolorosa para Santa Margarida, valendo-lhe uma censura de Nosso Senhor: “Não te basto Eu, que sou teu princípio e teu fim?”. 10

De sua parte, São Cláudio permaneceu fiel ao voto e aos propósitos feitos no período da Terceira Provação, mantendo-se, “sem reservas”, afastado da vida da Corte. Sendo capelão da Duquesa de York, vivia no palácio Saint James, mas fazia-o num regime de profundo recolhimento e grandes mortificações. Preocupava-se apenas em propagar a devoção à Sagrada Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus, apesar das dificuldades criadas pela hostilidade contra a Igreja.

Acabou, entretanto, por converter famílias inteiras e atrair para a vida consagrada muitos membros da aristocracia londrina. Alguns destes os encaminhou para instituições religiosas na França; outros, os reuniu na própria Londres, num mosteiro clandestino, por ele fundado, próximo da Catedral de São Paulo.

Foi por essa época que Titus Oates acusou injustamente os jesuítas e outros membros da Igreja de estarem tramando o assassinato de Carlos II, a fim de substituí-lo por seu irmão, o Duque de York, convertido ao catolicismo. Embora o próprio rei considerasse absurda essa denúncia, ela deu origem a violentas perseguições contra os católicos, injustamente acusados de terem participado no chamado “complô papista”.

A pretexto de tais acontecimentos, São Cláudio foi denunciado e encarcerado pelo crime de proselitismo religioso. Cumpria-se, assim, a premonição que tivera quatro anos antes, quando se havia visto “coberto de ferros e correntes, e arrastado a uma prisão, acusado, condenado por ter pregado Cristo crucificado”. 11

As péssimas condições da enxovia onde foi lançado terminaram de minar sua saúde, já debilitada por uma tuberculose incipiente. Ali teria morrido em pouco tempo, se não tivesse sido libertado por força de uma intervenção de Luís XIV.

Consumação do holocausto

Chegou de volta à França em meados de 1679, quase sem forças. Depois de recuperar um pouco a saúde, dirigiu-se para o Colégio da Santíssima Trindade, em Lyon, onde outrora fizera seus primeiros estudos, para assumir o cargo de diretor espiritual dos alunos de Filosofia. Ali, embora fisicamente muito desgastado, não deixava de propagar a devoção ao Divino Coração, defendendo-a contra os inúmeros ataques e incompreensões de que era objeto.

No inverno de 1681, retornou a Paray-le-Monial, cujo clima parecia resultar-lhe um pouco mais benéfico. À vista, porém, do intenso frio daquela rigorosa estação, pensou-se em trasladá-lo para Vienne, onde ficaria aos cuidados de seu irmão, arcediago daquela Diocese. Mas o superior da casa mandou-lhe permanecer, após ter recebido São Cláudio um bilhete de Santa Margarida, com este recado do seu Divino Amigo: “Ele me disse que quer o sacrifício de sua vida aqui”. 12

O holocausto não  tardaria muito em ser consumado. Em 15 de fevereiro de 1682, com apenas 41 anos de idade, Cláudio de La Colombière foi encontrar-se com Aquele de quem fora servo fiel e amigo perfeito nesta Terra. Algumas horas depois dos funerais, Irmã Margarida, cujo coração permanecia unido ao seu, no Sagrado Coração de Jesus, pôde fazer esta recomendação: “Deixem já de afligir-se; invoquem-no com toda confiança porque ele pode socorrer-nos”. 13

Contudo, a grande missão de São Cláudio só se realizaria plenamente muitos anos depois, em 8 de maio de 1928, quando Pio XI elevou à suprema categoria litúrgica a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, por meio da Encíclica Miserentissimus Redemptor.

Um ano mais tarde, Cláudio de La Colombière seria beatificado pelo mesmo Papa. E coube a João Paulo II, em 31 de maio de 1992, a honra de incluir no catálogo dos santos o nome deste sacerdote jesuíta, tão amado pelo Divino Coração de Jesus.

Notas:


1 DUFOUR, Gérard. Na Escola do Coração de Jesus com Cláudio de La Colombière. São Paulo: Loyola, 2000, p.7.
2 SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE. Autobiografia. São Paulo: Loyola, 1985, p.59.
3 SÃO CLÁUDIO DE LA COLOMBIÈRE. Oeuvres, II, 99, apud GUITTON, SJ, Jorge. El Beato Cláudio La Colombière: su medio y su tiempo. Bilbao: El Mensajero del Corazón de Jesús, 1956, p.26.
4 SÃO CLÁUDIO DE LA COLOMBIÈRE. Reflexões cristãs, Oeuvres, V, 429, apud GUITTON, op. cit., p.121.
5 DUFOUR, op. cit., p.14-15.
6 SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE, op. cit., p.61.
7 SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE, Ouevres complètes, VI, 118 s, apud GUITTON, op. cit., p.156.
8 Idem, p.157.
9 Cf. DUFOUR, op. cit., p.19.
10 SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE, Autobiografia, op. cit., p.68.
11 GUITTON, op. cit., p.116.
12 DUFOUR, op. cit., p.20.
13 ECHEVERRÍA, Lamberto de. San Cláudio de La Colombière. In: ECHEVERRÍA, L., LLORCA, B., BETES, J. (Org.). Año Cristiano. Madrid: BAC, 2003, v.II, p.340.
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Visão do Inferno – Diário de Santa Faustina

Diário de Santa Faustina paragrafo 1588

Hoje ouvi as palavras: No Antigo Testamento, Eu enviava profetas ao Meu povo com ameaças. Hoje estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericórdia. Não quero castigar a sofrida humanidade, mas desejo curá-la, estreitando-a ao Meu misericordioso Coração. Utilizo o castigo apenas quando eles mesmos Me obrigam a isso, e é com relutância que a Minha mão empunha a espada da justiça. Antes do dia da justiça, estou enviando o dia da misericórdia. Eu respondi: “Ó meu Jesus, falai Vós mesmo às almas, porque as minhas palavras são insignificantes”.

Diário de Santa Faustina paragrafo 741

Hoje, conduzida por um anjo, fui levada às profundezas do inferno. É um lugar de grande tormento, e como é terrivelmente grande a sua extensão! Tipos de tormentos que vi: o primeiro tormento que constitui o inferno é a perda de Deus; o segundo — o contínuo remorso de consciência; o terceiro — o de que esse destino já não mudará nunca; o quarto tormento — é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; o quinto — é a contínua escuridão, um horrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o seu; o sexto — é a continua companhia do demônio; o sétimo tormento — o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. São tormentos que todos os condenados sofrem juntos, mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos particulares para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo onde um tormento distingue-se do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a onipotência de Deus.

Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade. Estou escrevendo isso por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há inferno, ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.

Eu, irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos do inferno para que possa contar às pessoas e testemunhar que o inferno existe. Sobre isso não posso falar agora. Tenho a ordem de Deus de deixar isso por escrito. Os demônios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus, tinham que me obedecer. O que eu escrevi dá apenas uma pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão é justamente o daqueles que não acreditavam que o inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas sofrem terrivelmente ali e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores, incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. “Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que Vos ofender com o menor pecado que seja”.

Paróquia Cristo Rei – Padre Overland

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Certo dia, Jesus me disse que havia de punir uma cidade – Santa Faustina

Diário de Santa Faustina paragrafo 39

​​† Certo dia, Jesus me disse que havia de punir uma cidade[54], que é a mais bela da nossa pátria. Esse castigo deveria ser — o mesmo que Deus enviou contra Sodoma e Gomorra[55]. Vi a grande ira de Deus, e um estremecimento atravessou o meu coração. Eu rezava em silêncio. Depois de um momento, Jesus me disse: Minha filha, une-te estreitamente a Mim durante o Sacrifício e oferece ao Pai Celestial o Meu Sangue e as Minhas Chagas em expiação pelos pecados dessa cidade. Repete isso sem cessar durante toda a santa Missa. Faz isto durante sete dias. No sétimo dia, vi Jesus numa nuvem brilhante e comecei a pedir que Jesus olhasse para a nossa cidade e para todo o nosso país. E Jesus olhou benignamente. Quando percebi a benevolência de Jesus, comecei a suplicar-Lhe a bênção. Então, Jesus me disse: Por ti, abençoo todo o país — e fez um grande sinal da cruz com a mão sobre a nossa pátria. Vendo a bondade de Deus, uma grande alegria inundou a minha alma.

Diário de Santa Faustina – nota 55

[55] ​Como Sodoma e Gomorra foram destruídas pelo fogo caído do céu (cf.Gn 19,24), assim as cidades polonesas, especialmente Varsóvia, foram na realidade gravemente destruídas durante a Segunda Guerra Mundial pelas bombas de impacto e incendiárias.

Sobre esse assunto o diretor espiritual da Ir. Faustina, Pe. M. Sopoćko, durante o processo informativo, fez a seguinte declaração: “Tinha escrito também no Diário que Jesus havia lhe dito que seria destruída, como Sodoma, uma das mais belas cidades da nossa pátria por causa dos pecados que ali vinham sendo cometidos. Quando, mais tarde, depois de haver lido o Diário, questionei-a claramente sobre isso, confirmou que assim era. Tendo lhe perguntado depois por quais pecados Deus infligia uma tal punição, respondeu que seria sobretudo pelo aborto das crianças, assim impedidas de nascer, sendo esse o mais grave pecado que se cometia.” (Summ., p. 95, início, § 251, ad 54).

Diário de Santa Faustina paragrafo 1276

​​16.09.[1937].

Hoje desejei ardentemente rezar uma Hora Santa diante do Santíssimo Sacramento; no entanto, outra era a vontade de Deus. Às oito horas, comecei a sentir dores tão violentas que (31) tive que me deitar imediatamente. Fiquei me contorcendo nessas dores por três horas, isto é, até as onze da noite. Nenhum remédio me ajudou, e vomitava tudo o que engolia. Em certos momentos, essas dores me faziam perder a consciência. Jesus me permitiu conhecer que, dessa maneira, participei da Sua agonia no Jardim de Oliveiras e que Ele mesmo permitiu esses sofrimentos para desagravar a Deus pelas almas assassinadas no ventre de mães perversas. Já passei três vezes por esses sofrimentos; sempre começam às oito horas — [duram] até as onze da noite. Nenhum remédio consegue diminuir esses meus sofrimentos. Quando se aproximam as onze horas, desaparecem por si, e eu adormeço nesse momento; no dia seguinte, sinto-me muito fraca. Quando isso me aconteceu a primeira vez, eu estava no sanatório. Os médicos não podiam descobrir o que era, e nem injeções nem remédio algum me ajudava, (32) e eu mesma não compreendia que sofrimentos eram esses. Eu disse ao médico que nunca na vida tinha tido semelhantes dores. Ele afirmou que não sabia do que se tratava. Só agora compreendo que sofrimento é esse, porque o Senhor me permitiu conhecer… No entanto, quando penso que talvez algum dia ainda tenha que sofrer dessa maneira, tremo de terror, mas não sei se ainda alguma vez vou sofrer assim; deixo isso para Deus; o que Deus quiser enviar-me, aceitarei tudo com submissão e amor. Queira Deus que eu possa salvar com esses sofrimentos ao menos uma alma do homicídio. ​

Padre Paulo Ricardo

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O verdadeiro amor a Deus depende do cumprimento da Sua vontade

Diário de Santa Faustina paragrafo 279

​​Deus me fez conhecer em que consiste o verdadeiro amor e concedeu-me a luz de como esse amor Lhe deve ser demonstrado na prática. O verdadeiro amor a Deus depende do cumprimento da Sua vontade. Para demonstrar amor a Deus na ação, é preciso que todos os nossos atos, mesmo os menores — decorram do amor para com Deus. E o Senhor me disse: Minha filha, é no sofrimento que mais Me agradas. Nos teus sofrimentos físicos ou morais — Minha filha — não procures a compaixão das criaturas.

Padre Overland

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Padre Donald Calloway – salvo pela Mãe Santíssima de Medjugorje

Cocaína a heroína, ópio, maconha, álcool em excesso, para não mencionar as drogas alucinogénias como os cogumelos (psilocibina) e LSD – que consumiu a maior parte deles antes dos 18 anos, muitos antes de ele completar 14 anos, os vícios crescentes e fortes que aprofundaram o seu vazio existencial . O que soa como uma introdução a um romance de Hunter S. Thompson representa, efectivamente, a autobiografia de um padre católico. Fr. Donald Calloway dos Marianos da Imaculada Conceição reconta sua história de vida dramática e comovente no Não volte atrás: um testemunho da Misericórdia.  

Como uma juventude destrutiva, Calloway passou sua adolescência a sucumbir às tentações grandes e pequenas dos pecados da carne com a promiscuidade constante, com crimes contra a lei, com milhares de dólares de furto em mercadorias roubadas, bem como festas noturnas com os amigos que consomem todos formas de medicamentos e aditivos ao mesmo tempo ouvindo música lheavy-metal.

Em um momento, Calloway se tornou um seguidor da banda de rock Grateful Dead a entrada inspiradora em uma cultura psicodélica que, entre outras coisas, o deixou com uma tatuagem grande Grateful Dead no braço. Até hoje ele a  tem, como uma lembrança do passado que viveu. O passado que ele deixou. Até hoje ele não tem idéia de como a tatuagem chegou lá, sendo perdida no esquecimento a noite de sua implementação.     Durante sua juventude, Calloway era um garoto irritado e rebelde que ele nomeia como Animal na descrição de si mesmo, sua mentalidade primitiva, seus caminhos viciosos.Sua família (especialmente seus pais) sofreram um grande trauma emocional como resultado do comportamento de seu filho. Por um tempo, eles viviam em uma base militar no Japão, o padrasto de Calloway era um oficial. Isso não iria durar muito tempo. Saindo com gangues japonesas, roubando dezenas de milhares de dólares em mercadorias, desde guitarras elétricas até carros- o jovem Donald Calloway é preso e deportado do país. Ele foi escoltado para o aeroporto por guardas militares com correntes e algemas ao redor de seus pés e mãos, enquanto ele cuspia em seus captores e falava obscenidades verbais aos pedestres envolvidos, com raiva xingando durante todo o seu caminho para o avião.      
Embora, como qualquer outro jovem cheio de angústia adolescente, Calloway desenvolveu um forte ódio por seus pais, apesar de seus esforços para ajudarem seu filho lutando, rezando por ele e acompanhando-o em centros de reabilitação.Apenas com seu irmão mais novo existia um vínculo mais forte. Fr. Calloway descreve seus sentimentos de maneira pungente:

“O único vínculo que eu tinha deixado com a minha família estava com meu irmão mais novo, Matthew. Quando chegava a ele, senti-me terrivelmente, quase inexplicavelmente em conflito.Dez anos mais jovem do que eu, ele costumava implorar: “Irmão, brinca comigo.” Uma parte de mim queria ficar em casa e ser o irmão mais velho que eu queria ser, e achava que ele precisava. Mas eu estava tão preocupado com as minhas amizades e colegas de drogas que eu não quis comprometer com qualquer coisa doméstica. “

Depois de voltar do Japão e passar ineficazmente por uma clínica de reabilitação na Pensilvânia, as coisas não conseguiram ficar em nada melhores. Durante anos as drogas continuaram, assim como a promiscuidade, o roubo, e outra prisão. Em termos de seus vícios crescentes, Calloway descreve vividamente como caiu em um buraco venenoso, atingindo o fundo do poço.
“Em uma ocasião, eu ainda me encontrava em uma casa de crack, rastejando sobre o tapete em minhas mãos e os joelhos em busca de qualquer cocaína que pudesse ter caído no chão.Havia baratas correndo e larvas na pia com todos os pratos sujos. Um bebê chorando podia ser ouvido, desacompanhado em um quarto próximo. No entanto, lá estava eu no chão, junto com a mãe do bebê, procurando freneticamente vestígios de pó branco no chão. Se encontrássemos alguma coisa branca, iríamos colocá-la na tigela e fumá-la, mesmo que não soubéssemos o que era. ” Então, o que na terra poderia ter transformado esta juventude rebelde, este viciado, este “animal” (como mais tarde ele descreveu a si mesmo), em um padre católico devoto, para não falar em um autor eloqüente de livros sobre teologia e mariologia? Tudo começou uma noite de março de 1992, quando, para surpresa de seus amigos, Donald decidiu não ir se divertir, como era a rotina habitual, mas ficar em casa durante a noite. Sentiu-se imensamente deprimido, com uma saudade e um vazio ocupando seu próprio ser. “Eu encontrei-me sentado sozinho no meu quarto sem nada para fazer e ninguém a quem recorrer. Minha existência era risível. Minha vida foi um desperdício, e eu estava esperando que de alguma forma chegasse ao fim … Eu odiava a minha vida. Eu estava inquieto e ansioso a respeito de tudo. “Procurando uma maneira de preencher o tempo, ele começou a navegar na estante de seus pais, não para encontrar algo para ler, mas, de preferência, uma  revista da  National Geographic para ver as fotos. Em vez disso, sua mão pousou em outra coisa, um livro estranho sobre um assunto tão estranho e obscuro para o adolescente que ficou intrigado o suficiente para ler. O livro foi chamado de Visitas da  A Rainha da Paz em Medjugorje .     Essencialmente, era a história das aparições marianas em Medjugorje que trouxeram a crise para a sua conversão. Ele era apenas um dos primeiros de uma longa linhagem de cristãos que estavam a cair sob o feitiço da vila bósnia mística, abraçando aquela terra de mistério.

“Este livro me mostrou um lado das coisas que eu nunca tinha realmente ouvido ou experimentado antes, mas eu certamente poderia me relacionar com a natureza radical da mensagem … Não demorou muito para que eu percebesse que este livro foi posto diante de mim para apresentar-me uma oferta para mudar a minha vida e me entregar a algo maior do que eu – a acreditar em Deus e ser diferente. Foi uma revelação que exigia uma revolução no meu pensamento. Poderia ser este o caminho que eu estava procurando? “

Ele passou a noite inteira lendo o livro, até as primeiras horas da manhã. No processo, os sentimentos da sua alma foram transformados a partir da ansiedade e inquietação e ele experimentou uma profunda serenidade e paz que irradiava e penetrava seu espírito. As mensagens de Medjugorje tocaram em um nível mais alto, o retorno para a oração, a paz, o jejum, a reconciliação com Deus e com a necessidade de conversão. Pela primeira vez, algo ofereceu-lhe esperança em relação ao seu passado abusivo, de sua vida de pecado e desespero.

“A Virgem Maria estava dizendo coisas que eram tão claras e cativantes que eu encontrei-me mudo e, literalmente, experimentei a emoção de uma forma profunda. Este era um tipo de emoção que eu não tinha experimentado desde que eu era um menino que realmente amava minha mãe e queria fazê-la feliz. E ainda a Virgem Maria estava dizendo que ela era minha mãe, que ela era a mãe daqueles que se desviaram e nos chamava de volta a Deus, a Jesus. Ela deixou claro que ela não era Deus, mas ela estava apontando para seu Filho e dizendo que Ele é o Messias, o Salvador do mundo. Eu encontrei-me totalmente apaixonado por essa mãe, essa mulher. ” A qualidade estética era sublime. Nesta mulher, a Virgem Maria, ele encontrou uma beleza que não era venenosa e pecadora-como seus encontros anteriores com mulheres, mas pura e refrescante, uma gentileza impecável que ofereceu um raio de esperança e emanava uma luz radiante no mundo escuro de Donald. Espiritual e sublime, esta atração Donald levou a uma pequena oração do coração, no qual ele revelou seu desejo para esta misteriosa presença em frente a ele. “Como eu continuei a ler, eu disse a ela no meu coração “Eu quero acreditar. Eu realmente que isso. Você está furando a bolha do meu mundo e me oferecendo algo mais do que eu já ouvi. Eu preciso disto “. Essa necessidade interior, esse anseio espiritual, estava sendo satisfeito. Como ele continuou a ler, um estranho, mas maravilhoso,  renascimento da morte para a vida nova ocorreu. “Embora eu estivesse em sério desespero sobre a minha vida, como eu li o livro, me senti como se meu coração estivesse sendo derretido. Eu me pendurei em cada palavra como se fosse transmitir a vida em linha reta para mim. ” Então, um novo dia chegou. “No início da manhã, quando fechei o livro, eu disse:” A mensagem deste livro é de mudança de vida. Eu nunca tinha ouvido nada tão surpreendente e convincente e tão necessário na minha vida. ” Pode-se dizer que esta foi a minha primeira oração. Quem esta Virgem Maria foi, eu acreditava que ela estava dizendo -. Que ela era minha mãe e veio do céu para mim “

Imediatamente, depois de dizer a sua mãe sobrecarregado com a experiência, Donald, embora não um católico, ainda assim não fugiu à missa pela primeira vez em sua vida, falando a um padre depois, confessando o seu passado inteiro para o homem. Quando ele voltou para casa, Donald começou a jogar fora todas as posses imundas de sua vida passada, a parafernália de revistas pornográficas que vão desde sua coleção de Playboy e de Penthouse, a seus registros de drogas pesados, e seus bongos de água e tubulações.  Depois de limpar o seu espaço de todas as distrações, Donald ajoelhou-se por sua cômoda e profundamente desejou entrar em oração. Mas ele não sabia como orar. Como ele lembra, “Até aquele dia, eu nunca tinha dito uma oração na minha vida inteira.” Isso não o impediu, no entanto, de cair em um ambiente de profunda cura e purificação com suas lágrimas. Seu passado era ainda muito proeminente em sua mente e o remorso, o arrependimento que foi sentido foi avassaladora – a necessidade de perdão encapsulava todo o seu ser.
“Na verdade, comecei a chorar tanto que eu mal podia respirar. Eu tive que literalmente suspirar para o ar porque eu chorava incontrolavelmente. Havia torrentes de líquidos que saiam dos meus olhos. Em pouco tempo, as roupas que eu usava estavam molhadas. ” Horas de choro insuportável levaram às lágrimas inexplicáveis de alegria e, de repente, Donald sentiu uma imensa paz em seu coração, uma tranqüilidade que ultrapassava o entendimento. “Eu comecei a me sentir quase borbulhante e vertiginoso, quase como uma criança a ser agradada por seu pai. De repente, eu estava animado. Eu tinha a vida de novo e me senti muito diferente. Meu corpo formigava todo. Eu estava tão embrulhado em Jesus que me dei conta do quanto eu era amado. ” Esta paz de purificação conduziu a algo inexplicável, uma experiência mística-se não francamente sobrenatural. Como milhares de pacientes que relataram sofrer experiências de quase morte, Donald deixou seu corpo.

“Mas de repente algo abaixo de mim e dentro de mim – isso é muito difícil de explicar – colocou-me fora do meu corpo. Eu literalmente senti como se eu tivesse deixado o meu corpo. Minha forma física permaneceu no sofá, mas minha alma ou espírito o havia deixado. “A experiência paralisou-o, como ele viu seu corpo gradualmente mais e mais longe dele, sua presença espiritual que estava sendo lentamente retirado da física. Desesperado, ele deu um grito penetrante, espiritual, para que a pessoa que tinha acabado de tocar sua alma. “Maria!” O que aconteceu a seguir foi fenomenal. Donald foi “violentamente bateu de volta em seu corpo.“Depois que eu voltei, sob o choque do impacto, um sentimento de paz tomou conta de mim, uma paz que era tangível. Então ouvi uma voz, a voz mais pura feminina que já ouvi e nunca vou ouvir. Ela estava dentro de mim, ela estava fora de mim, era como amor líquido que está sendo derramado sobre mim. Foi amor materno puro. Ele disse, ‘Donnie, estou tão feliz. ” Isso é tudo que eu ouvi, mas eu sabia quem era. Ninguém me chamava Donnie além de minha mãe. Ninguém. Eu sabia que era a voz de Maria, a Virgem Maria. Eu estava tão em paz que eu senti como um menino aconchegado no colo de sua mãe. Eu estava tão em paz, tão amado, e assim em repouso eu entrei em um sono profundo. Eu não dormia assim desde que eu era um menino. “
O fenômeno que Donald experimentou, além de deixar seu corpo, é chamado de locução interior (locução cordis), a graça mística de ouvir uma presença espiritual – neste caso, Nossa Senhora – de uma forma interior através das profundezas da alma. Depois de suas profundas experiências espirituais, uma conversão oficial ao catolicismo romano seguida. O que também se seguiu foi o desejo para o sacerdócio. Não apenas qualquer sacerdócio. Donald queria se tornar um sacerdote Mariano, tanto para a Nossa Senhora e pela razão de que os Marianos da Imaculada Conceição são os promotores oficiais das devoções Divina Misericórdia de Santa Faustina Kowalska, a freira polonesa e mística que teve visões de Cristo no 1930. Donald se viu, por meio de seu passado, como o garoto propaganda para a Divina Misericórdia. Pois, pela graça de Deus, ele recebeu a maior misericórdia após uma vida de pecado.  
Tornar-se um sacerdote significava voltar para a escola. Este elevado abandono escolar não era a tarefa mais fácil. Não obstante, através de sua educação posterior e esforços, Donald foi capaz de encontrar alguns dos mais eminentes intelectuais e estudiosos católicos do mundo. Depois de ganhar seu GED e passar algum tempo na comunidade universitária, os Marianos enviaram Donald para estudar na Universidade Franciscana de Steubenville, Ohio, onde obteve seu bacharelado em teologia e filosofia. Foi com os franciscanos que ele encontrou alguns de seus professores favoritos, incluindo os proeminente intelectuais católicos Scott Hahn e Mark Miravalle. Donald admite que o Professor Hahn  teve um impacto influente em seus estudos, a implementação de um profundo amor de Deus em sua mente.

 O Professor Miravalle, um teólogo e mariologista, é uma figura de proa no movimento mariano, e também teve uma grande influência sobre Donald. Miravalle é o presidente do Vox Populi Mariae Mediatrici, um movimento dentro da Igreja Católica que espera obter a aprovação papal para considerem Maria como Co-Redentora, tornando-se o quinto dogma mariano.Curiosamente, as conexões de Miravalle com Medjugorje não são pequenas. Ele tem escrito numerosos livros sobre o assunto e, quando ele era estudante de doutorado em Roma, sua dissertação foi chamada, A Mensagem de Medjugorje: A Formulação Postconcilar de Lourdes e Fátima. A dissertação mostrou como as mensagens de Medjugorje alinham-se com a tradição da Igreja, que vão desde os Evangelhos aos ensinamentos dos Padres da Igreja em seus elementos fundamentais e, claro, ao Vaticano II e outras aparições aprovadas. A tese foi defendida com sucesso na Universidade Pontifícia de São Tomás (Angelicum) em Roma, em 1984. 

Além de inspirações como professores Hahn e Miravalle, Donald passou a estudar com outros grandes nomes. Recebeu tanto seu M.Div e STB na Casa Dominicana de Estudos em Washington, DC, e depois ganhou um STL no Instituto Mariano Internacional de Pesquisa em Dayton, Ohio. No Instituto, Donald estudou com teólogos proeminentes e mariologistas como padre. Luigi Gambero e Pe. Eamon Carroll. Mais notavelmente, Donald aproveitou a última aula que o grande teólogo francês e mariologista René Laurentin deu no Instituto. Laurentin mesmo foi um dos maiores apoiadores de Medjugorje durante anos, com inúmeros livros sobre as aparições.  

A Dissertação de Donald para o  STL concentrou-se na mariologia  nos diários de Santa Faustina Kowalska, combinando seu amor por Nossa Senhora com o seu amor para as devoções da Divina Misericórdia. A dissertação foi mais de 200 páginas, continha mais de 700 notas de rodapé – em latim, francês, polonês, italiano e espanhol – e anos e, mais tarde, foi publicada em um livro chamado, O mais puro de todos os Lírios: A Virgem Maria na espiritualidade de Santa Faustina. Ele mesmo se formou summa cum laude com sua STL.  

O ex-viciado em drogas, condenado criminal, e com elevado abandono escolar foi graduado summa cum laude em um grau avançado, estudando com alguns dos teólogos mais renomados do mundo, e publicando seu trabalho em um livro sobre a Mãe de Deus. Hoje, o Padre Calloway é da Casa Superior para os Marianos da Imaculada Conceição e seu diretor de vocações. Ele prega a sua história em todo o mundo, alcançando inúmeros corações. Sua história de vida é um exemplo de graça e de misericórdia divina em movimento, através da intercessão da Virgem Maria e, em particular o seu trabalho contínuo em Medjugorje. No Turning Back, ele apresenta um testemunho poderoso e comovente sobre a jornada de um homem, sendo levado para fora de um túnel de escuridão e desespero para o brilho da esperança e da crença em algo mais puro, mais verdadeiro e mais quente do que as tentações da cultura contemporânea – o que a alma humana anseia: sublimidade espiritual e significado para a sua existência.  

Por Daniel Klimek

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Quando Jesus conversou sobre o fim do mundo com o Padre Pio

12 mensagens sobre o Apocalipse foram reveladas ao humilde místico

Muitos não sabem, mas o Padre Pio, entre tantos outros dons, tinha um muito especial: o da profecia. De fato, até o Senhor Jesus Cristo se comunicava com ele. Em uma carta de 1959 dirigida ao seu superior, Padre Pio conta a revelação que Jesus lhe tinha feito sobre o fim do mundo.

A carta é longa. Por isso, publicaremos apenas um trecho com 12 mensagens tiradas do livro “I grandi profeti”, de Renzo Baschera.

  1. O mundo está andando em ruínas. Os homens abandonaram o caminho correto para se aventurar em caminhos que terminam no deserto da violência. Se não voltarem a beber na fonte da humildade, da caridade e do amor, será uma catástrofe.
  2. Coisas terríveis virão. Já não posso interceder pelos homens. A piedade divina está a ponto de terminar. O homem fora criado para amar a vida, e terminou destruindo a vida…
  3. Quando o mundo foi confiado ao homem, era um jardim. O homem o transformou em uma atmosfera cheia de veneno. Nada serve agora para purificar a casa do homem. É necessário um trabalho profundo, que só pode vir do céu.
  4. Preparem-se para viver três dias em total escuridão. Estes três dias estão muito próximos. E, nestes dias, os homens permanecerão como mortos, sem comer nem beber. Depois, a luz voltará. Mas muitos serão os homens que não mais a verão.
  5. Muita gente escapará assustada. Correrão sem ter uma meta. Dirão que há salvação no oriente e as pessoas correrão para lá. Mas cairão em um precipício. Dirão que no oriente há salvação, e as pessoas correrão para lá. Mas cairão em um forno.
  6. A terra tremerá e o pânico será grande. A terra está enferma. O terremoto será como uma serpente: o sentirão arrastar-se por todos os lados. E muitas pedras cairão. E muito homens perecerão.
  7. Vós sois como formigas, porque virá o tempo em que os homens tirarão os olhos por uma migalha de pão. Os negócios serão saqueados, os armazéns serão tomados em assalto e destruídos. Pobre será aquele que, nestes dias escuros, estiver sem uma vela, sem um copo de água e sem o necessário por três meses.
  8. Uma terra vai desaparecer… uma grande terra. Um país será apagado para sempre dos mapas. E com ele serão levados para a lama os homens, a história e a riqueza.
  9. O amor do homem será transformado em palavra vazia. Como podes esperar que Jesus te ame, se nem sequer tu amas os que comem em tua própria mesa? Da ira de Deus não serão perdoados os homens de Ciência, mas os homens de coração.
  10. Estou desesperado. Não sei o que fazer para que a humanidade se arrependa. Se continuar por este caminho, a tremenda ira de Deus se desencadeará como um tremendo raio.
  11. Um meteorito cairá sobre a terra e tudo brilhará. Será um desastre, muito pior que uma guerra. Muitas coisas serão canceladas. E este será apenas um dos sinais…
  12. Os homens viverão uma experiência trágica. Muitos serão levados pelos rios, outros serão queimados pelo fogo, muitos serão enterrados pelos venenos. Mas eu me manterei perto dos puros de coração.

Realmente, são mensagens que nos fazem refletir. Mas quando será este dia? A resposta está na Bíblia!

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APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA EM LA SALETE – França – 1846.

Onde aconteceu: Na França.

Quando: Em 1846.

A quem: Aos videntes, Maximino Giraud e Mélanie Calvat.

História da Aparição.

Um menino de nome Maximino Giraud, de onze anos, e Mélanie (Mélanie) Calvat, de quinze, estavam cuidando do gado. Mélanie estava acostumada e treinada nesse tipo de trabalho desde os nove anos, mas tudo era novo para Maximino. Seu pai lhe havia pedido que fosse fazer esse serviço como ato generoso, para cooperar com o amigo que estava com o pastor adoentado.

Relata Mélanie:

No dia 18 de setembro de 1846, véspera da Aparição da Santíssima Virgem, eu estava sozinha, como sempre, cuidando do gado do meu patrão; por volta de onze horas vi um menino que se aproximava. Por um momento tive medo, pois achava que todos deviam saber que eu evitava todo tipo de companhia. O menino se aproximou e me disse:

“Ei menina, vou contigo, sou de Corps”. A estas palavras minha malícia natural se mostrou e lhe disse: “Não quero ninguém perto de mim. Quero ficar sozinha”. Mas ele, senguindo-me, disse: “Meu patrão me enviou aqui para que cuide do gado contigo. Venho de Corps”. Afastei-me dele, agastada, dando-lhe a entender que não queria ninguém por perto. Quando estava a certa distância, sentei-me na grama. Normalmente, dessa forma conversava com as florzinhas ou ao Bom Deus.

Depois de um momento, atrás de mim estava Maximino sentado e diretamente me disse: “Deixa-me ficar contigo, me comportarei muito bem”. Embora contra minha vontade e sentindo-me incomodada por Maximino, permiti que ficasse. Ao ouvir os sinos de la Salette para o Ângelus, disse-lhe para elevar sua alma a Deus. Ele tirou o chapéu e se manteve em silêncio por um momento. Logo comemos e brincamos juntos. Quando caiu a tarde descemos a montanha e prometemos voltar ao dia seguinte para levar o gado novamente.

No dia seguinte, sábado, 19 de setembro de 1846, o dia estava muito quente e os dois jovenzinhos concordaram em comer seu almoço em um lugar sombreado. Contrariamente a seu costume, eles se estendem sobre a relva… e adormecem. O tempo passa!… Mélanie foi a primeira a despertar:

“Maximino, Maximino, vem depressa, vamos ver nossas vacas… Não sei onde andam!”.

Rapidamente sobem a ladeira. Voltando-se, têm diante de si toda a pradaria: as vacas lá estão ruminando calmamente. Os dois pastores se tranquilizam. Mélanie começa a descer. A meio caminho se detém imóvel e pergunta a Maximino se não vê o que ela estava vendo:

“Maximino, olha lá, aquele clarão!”.

Maximino corre gritando:

“Onde? Onde?”

Mélanie estende o dedo para o fundo do vale onde haviam dormido. O clarão se mexia e se agitava, como dividindo-se ao meio.

“Oh, meu Deus!”, exclamou Mélanie, deixando cair o cajado.

Algo fantasticamente inconcebível a inundava nesse momento e ela se sentiu atraída, com profundo respeito, cheia de amor e o coração batendo mais rapidamente. Viram uma Senhora sentada em uma enorme pedra. Tinha o rosto entre as mãos e chorava amargamente. Mélanie e Maximino estavam com medo e não se mexiam.

A Mensagem de La salete.

A Senhora, pondo-se lentamente de pé e cruzando suavemente seus braços, lhes chamou:

– Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade!

Então, as crianças foram até a Bela Senhora. Ela não parava de chorar. “Achávamos que era uma mamãe cujos filhos a tivessem espancado e que se teria refugiado na montanha para chorar”.

 A Senhora era alta e toda de luz. Vestia-se como as mulheres da região: vestido longo, um grande avental, lenço cruzado e amarrado as costas, touca de componesa. Rosas coroando sua cabeça, ladeando o lenço e ornando seu calçado. Em sua fronte a luz brilhava como um diadema. Em seus olhos havia lágrimas que rolavam pelas faces. Sobre os ombros carregava uma pesada corrente. Uma corrente mais leve prendia sobre o peito um crucifixo resplandecente, com um martelo de um lado, e de outro uma torquês.

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ELA disse:

– Se Meu povo não quer submeter-se, sou forçada a deixar cair o braço de Meu Filho. É tão forte e tão pesado que não o posso mais suster.

Há quanto tempo sofro por vós!

Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei-me o sétimo, e não mo querem conceder! É isso que torna tão pesado o braço de Meu Filho.

E também os carroceiros não sabem jurar sem usar o Nome de Meu Filho. São essas as duas coisas que tornam tão pesado o braço de Meu Filho.

Se a colheita se estraga, e só por vossa causa. Eu vo-lo mostrei no ano passado com as batatinhas: e vós nem fizestes caso! Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, juráveis usando o Nome de Meu Filho. Elas continuarão assim, e neste ano, para o Natal, não haverá mais.

A palavra “batatinhas” (em francês: ‘pommes de terre’), deixa Mélanie intrigada. No dialeto da região, se diz “la truffa”. E a palavra ‘pommes’ lembra-lhe o fruto da macieira. Ela se volta então para Maximino, para lhe pedir uma explicação. A Senhora, porém adianta-se dizendo:

– Não compreendeis, meus filhos? Vou dizê-lo de outro modo.

Retomando pois, as últimas frases no dialeto de Corps (‘patois’), língua falada correntemente por Maximino e Mélanie, a Senhora prossegue sempre no dialeto:

– ”Se tiverdes trigo, não se deve semeá-lo. Todo o que semeardes será devorado pelos insetos, e o que produzir se transformará em pó ao ser malhado.

Virá grande fome. Antes que a fome chegue, as crianças menores de sete anos serão acometidas de trevor e morrerão entre as mãos das pessoas que as carregarem. Os outros farão penitência pela fome. As nozes caruncharão, as uvas apodrecerão.“

De repente, a Senhora continuou a falar, mas somente Maximino a entendia. Mélanie percebia seus lábios se moverem, mas nada entendia. Alguns instantes depois, Mélanie por sua vez, pode ouvir, enquanto Maximino, que nada mais entende, faz girar o chapéu na ponta do cajado ou, com a outra, brinca com pedrinhas no chão. “Mas nenhuma sequer tocou os pés da Bela Senhora!”, excusar-se-ia alguns dias mais tarde. “Ela me disse alguma coisa ao me dizer: Tu não dirás nem isso. Depois, não compreendia mais nada, e durante esse tempo, eu brincava”.

Assim a Bela Senhora falou em segredo a Maximino e depois a Mélanie. E novamente, os dois em conjunto ouviram as seguintes palavras:

– Se se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão semeadas nos roçados.

Fazeis bem vossa oração, meus filhos?

– “Não muito, Senhora”, respondem as crianças.

– Ah! Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã, dizendo ao menos um Pai Nosso e uma Ave Maria quando não puderdes rezar mais. Quando puderdes rezar mais, dizei mais.

Durante o verão, só algumas mulheres mais idosas vão à Missa. Os outros trabalham no domingo, durante todo o verão. Durante o inverno, quanto não sabem o que fazer, vão à Missa zombar da religião. Durante a Quaresma vão ao açougue como cães.

Nunca vistes trigo estragado, meus filhos?

– “Não Senhora”, responderam eles.

Então Ela se dirigiu a Maximino:

– Mas tu, meu filho, tu deves tê-lo visto uma vez, perto de Coins, com teu pai. O dono da roça disse a teu pai que fosse ver seu trigo estragado. Ambos fostes até lá. Ele tomou duas ou três espigas entre as mãos, esfregou-as e tudo caiu em pó. Ao voltardes, quando estaveis a meia hora de Corps, teu pai te deu um pedaço de pão dizendo-te: “Toma, meu filho, come pão neste ano ainda, pois não sei quem dele comerá no ano próximo, se o trigo continuar assim”.

Maximino respondeu:

– “É verdade, Senhora, agora lembro. Há pouco não lembrava mais”.

E a Bela Senhora concluiu, não mais em dialeto ‘patois’, e sim em francês:

– Pois bem, meus filhos, transmitireis isso a todo o meu povo.

Então ela seguiu até o lugar em que haviam subido para ver onde estavam as vacas. Seus pés deslizavam, tocando apenas a ponta da grama, sem dobrá-la. Na colina, a Bela Senhora se deteve. Mélanie e Maximino correram até ela para ver onde ia. A Senhora se eleva rapidamente, permanecendo por uns minutos a alguns metros de altura (3 ou 5 m). Olhou para o céu, olhou à sua direita (na direção de Roma?), à sua esquerda (na direção da França?), olhou para os dois meninos, e se confundiu com o globo de luz que a envolvia. Este então subiu até desaparecer no firmamento.

Depois da aparição.

No início, poucos acreditavam no que os dois jovens diziam ter visto e ouvido. Os camponeses que os haviam contratado se surpreendiam com o fato de que, sendo eles tão ignorantes, fossem capazes de transmitir e relatar uma mensagem tão complicada tanto em francês (que não entendiam bem) como em ‘patois’, em que descreviam exatamente o que diziam.

Na manhã seguinte, Mélanie e Maximino foram levados ao pároco. Era um sacerdote de idade avançada, muito generoso e respeitado. Ao interrogar os dois, ouviu todo o relato, diante do qual ficou muito surpreso e realmente considerou que diziam a verdade. Na missa do domingo seguinte, falou da visita da Senhora e seu pedido. Quando chegou aos ouvidos do Bispo que o pároco havia falado da aparição no púlpito, este foi repreendido e substituído por outro sacerdote. Isso não é de surpreender, pois a Igreja é muito prudente em não fazer juízos apressados sobre aparições.

Mélanie e Maximino eram constantemente interrogados por curiosos e por devotos. Simplesmente contavam a mesma história. Aos que estavam interessados em subir a montanha, mostravam o local exato onde a Senhora havia aparecido. Várias vezes foram ameaçados de prisão se não negassem o que continuavam a dizer. Sem nenhum temor e hesitação, relatavam a todos as mensagens que a Senhora havia dado.

Surgiu uma fonte no lugar onde a Senhora havia aparecido e a água corria colina abaixo. Muitos milagres começaram a acontecer.

As terríveis calamidades anunciadas começaram a se cumprir. A terrível escassez de batatas de 1846 se espalhou, especialmente na Irlanda, onde muitos morreram. A escassez de trigo e milho foi tão severa, que mais de um milhão de pessoas na Europa morreram de fome. Uma enfermidade atacou as uvas em toda a França. Provavelmente o castigo teria sido pior se não fosse pelos que aceitaram a mensagem de La Salette. Muitos começaram a ir à missa. As lojas eram fechadas aos domingos e as pessoas pararam de fazer trabalhos desnecessários do dia do Senhor. Os xingamentos e as blasfêmias foram diminuindo.

A Aprovação Eclesiástica

Esta Aparição da Virgem Santíssima que aconteceu na França em 1846, e foi reconhecida e aprovada pela Igreja, em 1851.

O Bispo de La Salette encarregou a dois teólogos a investigação da aparição e de todas as curas registradas. Durante cinco anos fizeram as mais minuciosas investigações. Em toda a França, em aproximadamente oitenta lugares diferentes, os bispos encarregaram sacerdotes que investigassem as curas milagrosas através das orações a Nossa Senhora de La Salette e da água da fonte. Centenas de graças foram registradas.

O Santo Padre Pio IX aprovou a devoção a Nossa Senhora de La Salette. Pediu aos jovens que lhe enviassem o relato dos segredos por escritos.

Tempo depois dirá o Santo Padre:

“Estes são os segredos de La Salette; se o mundo não se arrepender, perecerá”.

As Palavras do Papa João Paulo II, sobre La Salette:

“Neste lugar, Maria, a mãe sempre amorosa, mostrou sua dor pelo mal moral causado pela humanidade. Suas lágrimas nos ajudam a entender a gravidade do pecado e a rejeição a Deus, enquanto manifestam ao mesmo tempo a apaixonada fidelidade que Seu Filho mantém com relação a cada pessoa, embora Seu amor redentor esteja marcado com as feridas da traição e do abandono dos homens.”

Várias congregações foram fundados pela inspiração de La Salette, entre as quais os Missionários e as Irmãos de Nossa Senhora de La Salette, que se dedicam a propagar a mensagem de reconciliação.

Os Segredos de La Salete.

Um segredo importante foi dado pela Virgem a Mélanie, para revelá-lo anos mais tarde. Maximino assegurou que a Virgem disse algo a Mélanie, que ele não ouviu. Esse segredo, no entanto, não está incluído na aprovação dada pela Igreja à aparição, pois foi divulgado posteriormente.

O segredo somente foi publicado em sua totalidade em uma brochura, em Lecce, no ano de 1879. Ao Papa da época, Pio IX, o texto do segredo foi entregue em 18 de julho 1851.

Seguem-se as palavras de Nossa Senhora ditas a Mélanie em 19 de setembro de 1846:

– “Mélanie, o que eu te vou dizer agora não será um segredo para sempre. Tu podes publicá-lo em 1858”.

1- Os sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por causa da sua vida má, pelas suas irreverências e pela sua impiedade ao celebrar os santos mistérios, pelo amor ao dinheiro, o amor às honras e aos prazeres, os sacerdotes converteram-se em cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes provocam a vingança e a vingança pende sobre suas cabeças.

Ai dos sacerdotes e pessoas consagradas a Deus que pelas suas infidelidades e más vidas crucificam meu Filho de novo! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e atraem vingança, e eis que a vingança está às suas portas, porque já não se encontra ninguém para implorar misericórdia e perdão para o povo. Já não há almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Eterno, pelo mundo. 

2- Deus vai castigar de uma maneira sem precedentes. Ai dos habitantes da Terra! Deus vai esgotar a sua cólera e ninguém poderá fugir a tantos males juntos.

Os chefes, os condutores do povo de Deus, descuraram a oração e a penitência, e o demônio obscureceu as suas inteligências. Tornaram-se naquelas estrelas errantes, que a antiga serpente arrastará com a sua cauda para os fazer perecer. Deus permitirá que a antiga serpente ponha divisões entre os soberanos, em todas as sociedades e em todas as famílias. (A humanidade) sofrerá penas físicas e morais. Deus abandonará os homens a si mesmos e enviará castigos que se hão de suceder durante mais de trinta e cinco anos.

3- A sociedade está às vésperas das mais terríveis calamidades e dos mais graves acontecimentos. Deverá esperar vir a ser governada com vara de ferro e beber o cálice da cólera de Deus.

Que o Vigário de meu Filho, o Sumo Pontífice Pio IX, não saia de Roma depois de 1859; mas que seja firme e generoso, que combata com as armas da fé e do amor. Eu estarei com ele.

Que desconfie de Napoleão (Napoleão III): o seu coração é falso, e quando ele quiser ser, ao mesmo tempo, Papa e Imperador, Deus Se retirará dele. Ele é aquela águia que, querendo sempre subir mais alto, cairá sobre a espada de que se queria servir para obrigar os povos à submissão.

4- A Itália será castigada pela sua ambição, por querer sacudir o jugo do Senhor dos Senhores; também ela será entregue à guerra. O sangue correrá por todos os lados; as igrejas serão fechadas ou profanadas; os sacerdotes e religiosos serão perseguidos; irão fazê-los morrer, e morrer de morte cruel. Muitos abandonarão a fé, e o número de sacerdotes e religiosos que apostatarão da religião verdadeira será grande; entre estes haverá até mesmo Bispos.

5- Que o Papa se acautele contra os fazedores de milagres, porque chegou o tempo em que se hão de operar os mais espantosos prodígios na terra e no ar.

6- No ano de 1864, serão libertados do Inferno Lúcifer com um grande número de demônios; eles abolirão a fé pouco a pouco, mesmo nas pessoas consagradas a Deus. Irão cegá-las de tal forma que, salvo se elas forem abençoadas por uma graça especial, essas pessoas assimilarão o espírito desses anjos maus. Muitas casas religiosas perderão completamente a fé e muitas almas se irão perder.

7- Os livros maus abundarão na Terra e os espíritos das trevas espalharão, por toda a parte, um relaxamento universal por tudo o que seja serviço de Deus; e terão um enorme poder sobre a natureza. Haverá igrejas dedicadas ao culto desses espíritos. Certas pessoas serão transportadas de um a outro lugar por esses maus espíritos, e até sacerdotes, porque eles não serão conduzidos pelo bom espírito do Evangelho, que é um espírito de humildade, de caridade e de zelo pela glória de Deus.

Em algumas ocasiões, os mortos e os justos serão trazidos de volta à vida (isto é, esses mortos tomarão a aparência das almas justas que viveram na Terra, para melhor seduzir os homens. Esses ditos mortos ressuscitados não serão mais do que o demônio sob as suas figuras, e pregarão outro evangelho, contrário ao do verdadeiro Jesus Cristo, negando quer a existência do Céu, quer ainda a existência das almas dos condenados. Todas essas almas aparecerão como que unidas aos seus corpos). E serão vistos, por toda a parte, prodígios extraordinários, porque a fé verdadeira se extinguiu e a falsa luz ilumina o mundo. Ai dos Príncipes da Igreja que se tenham apenas dedicado a acumular riquezas e salvaguardar a sua autoridade, e a dominar com orgulho!

8- O Vigário do meu Filho terá muito que sofrer, porque por um tempo a Igreja será entregue a grandes perseguições – será o tempo das trevas. A Igreja terá uma crise medonha.

Esquecida a santa fé de Deus, cada indivíduo quererá governar-se por si mesmo e ser superior aos seus semelhantes. Serão abolidos os poderes civis e eclesiásticos, toda a ordem e justiça serão calcadas aos pés. Só se verão homicídios, ódios, inveja, mentira e discórdia, sem amor pela pátria e pela família.

9- O Santo Padre sofrerá muito. Estarei com ele, até o fim, para receber o seu sacrifício. Os malvados atentarão muitas vezes contra a sua vida, sem poder pôr fim aos seus dias; nem ele, porém, nem o seu sucessor (Nota escrita por Mélanie na margem de seu exemplar: ‘que não reinará por muito tempo’) verão o triunfo da Igreja de Deus.

10- Todos os governantes civis terão o mesmo plano, que será o de abolir e fazer desaparecer todo o princípio religioso, para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda espécie de vícios.

No ano de 1865, será vista a abominação nos lugares santos. Nos conventos, as flores da Igreja estarão putrefatas, e o demônio se converterá no rei dos corações. Que os que estão à frente das comunidades religiosas vigiem as pessoas que irão receber, porque o demônio usará de toda a sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas dadas ao pecado, pois as desordens e o amor aos prazeres da carne estarão espalhados por toda a Terra.

11- A França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá pelas ruas; o francês lutará contra o francês, o italiano contra o italiano, e depois haverá uma guerra geral, que será medonha. Por um tempo, Deus irá esquecer-Se da França e da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo já não é conhecido. Os malvados desenvolverão toda a sua malícia; os homens irão matar-se e assassinar-se, até dentro das casas.

Ao primeiro golpe da sua espada fulminante, as montanhas e a natureza inteira estremecerão de espanto, porque as desordens e os crimes dos homens traspassam a abóbada do Céu. Paris será queimada e Marselha engolida. Várias grandes cidades serão abaladas e soterradas por terremotos. As pessoas acreditarão que tudo estará perdido. Não se verá mais do que homicídios, não se ouvirá senão os ruídos das armas e blasfêmias.

12- Os justos sofrerão muito; as suas orações, a sua penitência e as suas lágrimas subirão ao Céu e todo o povo de Deus pedirá perdão e misericórdia, e implorará a minha ajuda e intercessão.

Então, Jesus Cristo, por um ato da Sua Justiça e da Sua Misericórdia para com os justos, mandará os Seus anjos dar morte e todos os Seus inimigos. Num abrir e fechar de olhos, os perseguidos da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens escravos do pecado perecerão, e a Terra ficará como um deserto.

13- Então, será feita a paz, a reconciliação de Deus com os homens. Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado. A caridade florescerá por toda a parte. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde e piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado por toda a parte e os homens farão grandes progressos na fé, porque haverá unidade entre os obreiros de Jesus Cristo e porque os homens viverão no temor de Deus.

14- Essa paz entre os homens não será longa – 25 anos de abundantes colheitas farão esquecer que os pecados dos homens são a causa de todos os males que sucedem à Terra.

Um precursor do Anticristo, com um exército composto de muitas nações, combaterá o verdadeiro Cristo, o único Salvador do mundo; derramará muito sangue e pretenderá aniquilar o culto de Deus, para que se considere a ele como Deus.

15- A Terra será castigada com toda a espécie de pragas (além da peste e da fome, que serão gerais); haverá guerras, até à última, que será feita, então, pelos dez reis aliados do Anticristo, que terão, todos, o mesmo desígnio, e serão os únicos a governar o mundo (Nota de Rodapé: ‘Situação prefigurada na atualidade, segundo o parágrafo 10’).

Antes que isso aconteça, haverá no mundo uma espécie de falsa paz. Não se pensará senão em divertimentos. Os malvados se irão entregar a todo o gênero de pecados. Porém, os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, os meus verdadeiros imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que me são mais queridas. Ditosas as almas humildes, dirigidas pelo Espírito Santo! Eu combaterei com elas, até chegarem à plenitude dos tempos.

16- A natureza clama por vingança contra os homens e treme de medo à espera do que deve acontecer à Terra, empapada de crimes. Tremei, ó Terra, e vós que fazeis profissão de servir a Jesus Cristo e que, dentro de vós, adorai-vos a vós mesmos. Tremei, porque Deus vos vai entregar ao Seu inimigo, porque os lugares santos estão na corrupção; muitos conventos já não são casas de Deus, mas pastos de Asmodeu e dos seus.

Será durante este tempo que nascerá o Anticristo, de uma religiosa hebraica, de uma falsa virgem, que terá comunicação com a antiga serpente, o mestre da impureza. O seu pai será bispo (Nota de Rodapé: ‘Existe um grau maçônico de bispo’). Em seu nascimento, vomitará blasfêmias, terá dentes; numa palavra, será uma encarnação do Diabo. Soltará gritos medonhos, fará prodígios e só se alimentará de impurezas. Terá irmãos que, embora não sendo como ele diabos incarnados, serão filhos do mal. Aos doze anos, chamarão atenção sobre si mesmos pelas rudes vitórias que alcançarão. Bem depressa, irão colocar-se à frente de grandes exércitos, assistidos por legiões do Inferno.

17- As estações mudarão. A Terra somente produzirá frutos maus. Os astros perderão os seus movimentos regulares. A Lua só refletirá uma débil luz avermelhada. A água e o fogo imprimirão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que tragarão montanhas e cidades inteiras…

Roma perderá a fé e se converterá na sede do Anticristo.

18- Os demônios do ar, junto com o Anticristo, farão grandes prodígios na terra e nos ares, e os homens se irão perverter cada vez mais. Deus cuidará dos Seus fiéis servidores e dos homens de boa vontade. O Evangelho será pregado por toda a parte e todos os povos e todas as nações conhecerão a verdade!

19- Eu dirijo um urgente apelo à Terra: chamo os verdadeiros discípulos do Deus Vivo, que reina nos céus; chamo os verdadeiros imitadores de Cristo feito homem – o único e verdadeiro Salvador dos homens; chamo os meus filhos, os meus verdadeiros devotos, os que se deram a mim, para que eu os conduza ao meu Divino Filho – aqueles que eu levo, por assim dizer, nos meus braços; chamo os que viveram do meu espírito; chamo, enfim, os Apóstolos dos Últimos Tempos, os fiéis discípulos de Jesus Cristo, que viveram no desprezo do mundo e de si próprios, na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio, na oração e na mortificação, na castidade e na união com Deus, no sofrimento, e desconhecidos do mundo.

Já é hora de saírem e virem iluminar a Terra. Ide e mostrai-vos como meus filhos queridos. Estou convosco e em vós, desde que a vossa fé seja a luz que vos ilumine nesses dias de infortúnio. Que o vosso zelo vos torne como que famintos da glória e da honra de Jesus Cristo. Combatei, filhos da luz, vós, pequeno número que ainda tendes vista; porque chegou o tempo dos tempos, o fim dos fins.

20- A Igreja será eclipsada, o mundo estará em aflição. Porque, eis que chegam Enoque e Elias, cheios do Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus, e os homens de boa vontade acreditarão em Deus, e muitas almas serão consoladas. Farão grandes progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do Anticristo.

Ai dos habitantes da Terra! Virão guerras sangrentas e fome, pestes e enfermidades contagiosas; chuvas de uma terrível saraivada de animais, que abalarão cidades, terremotos que engolirão países; vozes serão ouvidas no ar; os homens baterão com a cabeça nos muros, pedirão a morte e, por outro lado, a morte será o seu suplício. O sangue correrá por toda a parte. Quem poderá vencer se Deus não diminuir o tempo da prova? Pelo sangue, as lágrimas e as orações dos justos, Deus Se deixará aplacar. Enoque e Elias serão martirizados. Roma, pagã, desaparecerá. Cairá fogo do céu e consumirá três cidades. Todo o universo será presa de terror e muitos se deixarão seduzir, porque não adoraram o verdadeiro Cristo, que vivia entre eles. Chegou o tempo; o sol está escurecendo; só a fé sobreviverá.

21- Eis o tempo; abre-se o abismo. Eis o rei dos reis das trevas. Eis a Besta com os seus súditos, dizendo-se o salvador do mundo. Irá elevar-se com soberba, pelos ares, para subir até o Céu; será precipitado pelo sopro de São Miguel Arcanjo. Cairá, e a Terra, que há três dias encontrava-se em contínuas evoluções, abrirá o seu seio, cheio de fogo, e ele será precipitado, para sempre, com todos os seus, nos abismos eternos do Inferno.

Então, a água e o fogo purificarão a Terra e consumirão todas as obras do orgulho dos homens, e tudo será renovado – Deus será servido e glorificado.”

Significado Evangélico da mensagem de La Salete

Para ver e compreender.

“Eis porque lhes falo em parábolas: Para que vendo, não vejam, e ouvindo, não ouçam nem compreendam” (Mt 13,13)

Antes de falar, a Senhora se comunica por sinais. Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa, irradia a luz da ressurreição. O brilho de seu rosto é tal que Maximino é incapaz de olhar para Ela o tempo todo, e Mélanie se deslumbra com Sua presença. Suas vestes, como as de Cristo na montanha no dia da Transfiguração, igualmente resplandesce de luz. A luz provém do grande Crucifixo que tem sobre Seu peito. Aparecendo em La Salette, Maria Santíssima continua levando a cabo a missão que recebeu ao pé da Cruz: tomar o sofrimento e a dor por nós, para nos dar vida na Fé. “Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado”. (1Cor 2,2).

O crucifixo está entre um martelo e umas torqueses, os instrumentos da Paixão. Dos ombros da formosa Senhora cai uma corrente grossa, símbolo bíblico do pecado e das injustiças cometidas por nós contra nossos irmãos. Paralelamente às correntes, nas bordas do xale, a formosa Senhora tem rosas de várias cores. Isto nos recorda o Rosário. Desde nossas raízes humanas até à Cruz e da Cruz à glória e ao festim celeste. Também há rosas ao redor de Sua cabeça, como um diadema de luz e ao redor de Seus pés. “Lancei raízes no meio de um povo glorioso, cuja herança está na partilha de meu Deus… Cresci como a palmeira de Cades, como as roseiras de Jericó” (cf. Eclo 24,16-18).

A Constituição Gaudium et Spes (13) do Concílio Vaticano II nos diz: “Daí que o homem está dividido dentro de si mesmo. Por isso toda vida humana, individual ou coletiva, se nos apresenta como uma luta dramática, entre o mal e o bem, enrre as trevas e a luz. Mas o homem ainda se encontra incapacitado para resistir eficazmente por si mesmo aos ataques do mal, até sentir-se como acorrentado”.

Ouvi e ponde em prática (Lc 6,46; 8,21; 11,28, Tg 1,25-27)

Pela maternal caridade da Virgem Santíssima, Ela intercede, Ela Se preocupa e continua trazendo os dons da salvação eterna a nós, irmãos de Seu Filho, que ainda estamos peregrinando nesta terra, rodeados de perigos e dificuldades até o dia de entrar na pátria feliz.

A Santíssima Virgem fala o idioma de Seu povo. A Virgem Santíssima é uma “filha de Israel” que viveu em uma cultura específica. Ela aparece também Se comunicando segundo a cultura de Seus filhos. Há uma grande consonância entre sua preocupação e a linguagem do povo. Na Bíblia, a Palavra de Deus se manifesta de uma maneira concreta na história do povo de Deus. Maria como filha de Israel nos ensina a descobrir, através dos eventos e situações da vida, a presença discreta de Deus que “faz maravilhas” e que “se recorda de seu amor por seu povo”.

Ela nos chama à conversão urgentemente. Por Seu imenso amor, preocupa-se com nossa indiferença religiosa e com nossos pecados, mas também com nossos problemas e esperanças.

A Virgem se situa na tradição dos profetas. Um profeta é aquele a quem Deus confia a missão de falar em Seu Nome ao povo, para revelar a esse povo, nos eventos passageiros deste mundo, a chamada a um amor maior. Em La Salette, a Virgem considera a situação atual das colheitas: o trigo, as batatas, as uvas e as nozes. Ela começa com a previsão pessimista dos agricultores: fome e morte infantil se o trigo continuar assim. Diz que nós não prestamos atenção e logo chama a atenção de cada um: “Portanto se convertam”. Recorda-nos a chamada dAquele que é a Palavra: O reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15), e novamente nos diz: “Não vos preocupeis, buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça (Mt 6,33).

Na verdade é uma chamada do Evangelho que talvez tenhamos esquecido e a Virgem Santíssima nos recorda. Analisando seu discurso, damo-nos conta das grandes verdades encontradas nos Evangelhos.

Tudo se concentra em Cristo: Cristo crucificado e ressuscitado. O papel de Maria Santíssima com relação a todo crente é unir-nos a Jesus, em nossas lutas, batalhas e sacrifícios temos a oportunidade de ser transfigurados em Cristo.

Em Nome de Cristo te imploramos ( Jo 20,31; Atos 4,12)

A Virgem Santíssima, tomando por modelo Jesus ressuscitado, vem como mensageira de paz, essa paz que é fruto do Evangelho vivido. A Virgem vem nos implorar que retornemos a Jesus. Pede-nos também que, em união com ela, sejamos mensageiros. A Boa Nova precisa ser proclamada, ouvida e difundida.

A Virgem disse: “Se meu povo não quiser se submeter…” Nestes tempos modernos é difícil ouvir palavras de advertência. Mas a Virgem não vem nos tirar a liberdade nem para nos ameaçar, mas para nos convidar a viver no reino e liderança de Cristo, em comunhão com Sua vontade. Esta submissão, a qual é comunhão com Deus, é a que Maria, a humilde escrava do Senhor, viveu desde a Anunciação até a Crucifixão e o Pentecostes. E é por isso que todas as gerações chamá-la-ão bendita (Lc 1,48).

Jamais poderemos recompensar a dor que a Virgem sofreu por nós, mas isso é motivo para respondermos o mais generosamente possível. “Por tanto, ofereçam todos os fiéis súplicas constantes à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que Ela, que esteve presente às primeiras orações da Igreja, exaltada agora no céu sobre todos os bem-aventurados e os anjos, na comunhão de todos os santos, interceda também diante de Seu Filho” (Conc Vat II, LG, 69).

Reconciliai-vos com Deus (cf. Mt 5,23; Mc 11,24; 2Cor 5,18; Ef 2,15 )

Nossa Senhora especifica duas rejeições do povo. “As duas coisas que fazem o braço de Meu Filho tão pesado” são:

1. “O desrespeito ao Dia do Senhor”. Isto nos leva a recordar os dois primeiros Livros da Bíblia, o Gênesis e o Êxodo, e a recordar que desde o princípio os cristãos celebram o domingo como dia da Ressurreição. Como honramos o Dia que o Senhor reservou para Si mesmo? É de fato um dia de repouso, dia de assistir à Santa Missa?

2. “O desrespeito ao Nome de Meu Filho”. Os que usam o Nome de Cristo pelas menores adversidades e impõem a Deus a responsabilidade por elas, esquecendo-se assim das próprias responsabilidades. Quando nos vemos assediados por todo tipo de provas, egoistamente nos fechamos em nós mesmos sem esperança. A Vifgem vem recordar-nos novamente que “Santo é Seu Nome”, porque não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos (Atos 4,12). E tudo quanto fizerdes, de palavra e de obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (Col 3,17).

(O homem), muitas vezes ao negar reconhecer a Deus como seu princípio, transtornou, além disso, sua devida ordenação a um fim último e, ao mesmo tempo, prejudicou todo o programa traçado para suas relações consigo mesmo, com todos os homens e com toda a criação (Conc. Vat II, Gaudium et Spes,13).

As coisas que se corroem (cf. Mt 6,19; Lc 12,13; Tg 5,3)

A rebelião contra Deus, que significa “a morte de Deus em nós” inevitavelmente nos levará à morte e à ruptura harmoniosa com o universo. Essa ruptura é a causa da corrupção. Para nos redimir desses males é que veio Nosso Senhor. Em La Salette, a Virgem não nos tira da realidade, mas ao contrário, nos faz um chamado urgente para reconhecermos os perigos em que vivemos e nos abramos à redenção que oferece Seu Filho. As colheitas e batatas podres, o trigo que se torna pó, as nozes vazias, as uvas nas vinhas estragadas, fomes e epidemias, tudo isso é causado pelo pecado.

Nossa situação precária e a duração restrita de nossas vidas têm, no entanto, um ponto positivamente elevado, sendo estes motivos que nos chamam à própria conversão, instando-nos ao seguimento de Cristo, vivendo hoje a vida nova que Ele viveu até o Calvário. Essa é a fonte de nossa confiança. Nesta terra onde duas terças partes da humanidade hoje sofrem de fome e desnutrição, onde os direitos humanos são desrespeitados, a injustiça se encontra à nossa porta, os riscos da destruição aumentam; que tudo isto nos faça meditar nos “sinais de Deus” e nos voltem a Ele. Assim agiremos como verdadeiros irmãos, em especial com os menos afortunados.

Se se converterem (cf. Ez 18,30; 1Rs 8,35; Mc 1:15; Lc 15; Atos 2,38; 3,19)

O chamado à conversão está no coração da mensagem de La Salette. Tudo se dirige para esse fim: as lágrimas e o crucifixo, a luz e as rosas, as atitudes da Bela Senhora, seu caminhar desde o declive até o cume, mas sobretudo o discurso da Virgem. “Regressai a Deus com todo o vosso coração”, Ele é a única fonte de vida. A ansiosa espera da criação deseja vivamente a revelação dos filhos de Deus… na esperança de ser libertada da corrupção para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Rm 8,19).

O caminho para a conversão: três pontos (Mt 6,5; Mc 14,32; Lc 18,1; Jo 17)

1. Oração perseverante e profunda: “Fazeis bem vossas orações?” “Não muito bem, Senhora”, responderam. Talvez também essa seja nossa resposta. A Virgem Santíssima nos exorta a rezar diariamente, pela manhã e pela tarde. Vigiai e orai (Mt 26,41). A Virgem lhes pede no mínimo, um Pai Nosso e uma Ave Maria, mas exorta-os a ir mais além quando puderem.

Os discípulos de Cristo, perseverando na oração e louvor a Deus (Atos 2,42), oferecer-se-ão a si mesmos como hóstia viva, santa e grata a Deus (Rm 12,1), hão de dar testemunho de Cristo em todo lugar e, a quem lhes pedir, hão de dar também a razão da esperança que têm na vida eterna (1Pd 3,15) (Conc Vat II, LG, 10).

2. Participação na Santa Missa: “Durante o verão somente algumas mulheres idosas vão à Missa”. A participação semanal como cristãos na celebração da Missa Dominical é uma necessidade vital. A Palavra de Deus nutre nossa fé, o contato com Cristo na fração do pão para um novo mundo é fonte de dinamismo, a comunhão com Seu Corpo entregue por nós e Seu Sangue derramado nos recorda que devemos estar prontos para dar nossas vidas pelos outros e então nos fazer participantes, sendo fortalecidos em Seu Espírito. No coração deste mundo que passa e ao qual estamos ainda ligados por nossa cegueira e inércia, a Igreja, na celebração da Eucaristia, compreende e anuncia que o mundo novo, inaugurado por Cristo ressuscitado, está realmente presente entre nós, e é ncessário que sejamos suas testemunhas em nossa vida cotidiana, através de nossa conduta individual e como membros da sociedade. A necessidade eucarística então é fonte de esperança e de gozo que ninguém nos poderá tirar (Lc 21,14; Jo 13,1; 20,19-26).

3. Recuperar nossa dignidade agindo como cristãos: “Durante a Quaresma vão ao açougue como cães”. Longe de nos escandalizar, as palavras de Nossa Senhora deveriam transpassar nossas consciências. Nas Sagradas Escrituras, quando o povo é comparado com cães significa que este perdeu o sentido de sua dignidade (Fl 3,2; Mt 7,6). O que fazemos realmente com nossa dignidade de filhos de Deus, quando desperdiçamos o alimento, quando menostrezamos os bens de que talvez outros necessitem? Para recuperar nossa dignidade devemos nos dar conta de que não só de pão vive o homem e que os esforços necessários que fizermos para compartilhar nossas bênçãos com os outros nos põe em comunhão com o Filho de Deus, de Quem procede nossa dignidade. “Em verdade vos digo que o que fizerdes a um destes irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).

Todo ano se nos apresenta o maravilhoso testemunho dado por Jesus durante sua Paixão (1Tm 6) e é uma recordação de que nunca devemos “vender” nossa dignidade. O poder da ressurreição está entre nós, obrande e fazendo-nos filhos de Deus. Então não pode haver nada que nos comprometa com a falsidade, a injustiça, o dinheiro ou o poder. Não vivamos como cães mas que todo o nosso ser e nossos bens estejam à disposição do Pai, custe o que custar.

Na fazenda de “Coins” (Jr 23,24; Os 6,1; Mt 28,20; Lc 24,29; 2Cor 6,16).

A Bela Senhora faz menção, a Maximino, de um evento aparentemente sem importância. Um pequeno gesto e uma observação que seu pai havia feito. Por muito tempo o senhor Giraude não ia à igreja e era realmente indiferente à religião. Quando em 20 de setembro ouviu o relato da Aparição, sua reação foi proibir seu filho de dizer novamente essas histórias sem sentido. Dias mais tarde, aborrecido pelo ir e vir das pessoas interessadas em fazer perguntas a Maximino, ameaçou-o de duros castigos. “Mas, papai, Ela me falou de ti”, exclamou o menino. Recordou a ele o episódio do trigo estragado na fazenda de Coins e o pedaço de pão que havia dado a seu filho de volta a Corps. Assim, como Maximino havia se esquecido do incidente, igualmente o havia esquecido seu pai. O senhor Giraud se surpreende, pensava que talvez havia desterrado Deus de sua vida e agora descobre que nem seguer por um instante Deus deixa de perceber suas esperanças e ansiedades e em particular do temor de não ter mais pão para dar a seu filho. Essa descoberta será o começo de uma autêntica conversão que será intensificada mais tarde com a milagrosa cura de sua asma crônica.

Poderíamos nos perguntar se realmente estamos conscientes da presença de Deus que nos acompanha a onde quer que vamos. Quando repartimos o pão, quando o distribuímos entre os faminos, onde quer que se dê vida, aí o Pai está, pos Ele é a fonte da Vida.

A dimensão Missionária é urgente (Mt 28,18; Lc10,1; Jo 17,18; 20,21; Rm 10,13).

“Pois bem, meus filhos, transmitireis isto a todo meu povo”. A dimensão missionária é essencial para todo cristão e Nossa Senhora no-lo recorda. Cristo nosso Senhor veio criar novas condições de vida, reconciliada com Deus e com o próximo. Devemos dedicar nossa existência a realizar esta vida de reconciliação neste mundo dividido no qual nos encontramos. A Reconciliação é a força viva capaz de abrir o futuro a todas as gentes, renovando assim os laços cortados ou debilitados pelo egoísmo e pelos temores. Neste mundo onde tantos trabalham, contróem, sofrem e esperam, tenhamos somente um tipo de obsessão: a obsessão missionária.

São muitos os peregrinos que se aproximam da Aparição de La Salette e sobem a montanha santa. Todos juntos e cada um pessoalmente se sente chamado pela Bela Senhor que nos recorda que Deus “rico em misericórdia” está presente na vida de cada um.

Como não dar atenção diante de tanta ternura? Como resistir ao pranto incessante daquela que ora e intercede por nós sem cessar? Ela está junto a nós com sua atenção materna, em cada detalhe e acontecimento de nossas vidas. Em nossas lutas e penas, em nossas decisões enossas aflições diárias. Maria Santíssima, fiel à missão recebida no Calvário, nunca cessa de nos recordar os meios que nos foram dados para regressar a Seu Filho; pois sem Sua ajuda não poderemos construir nossas vidas ou nosso mundo. A rejeição de Sua graça traz sérias conseqüências. Maria, nossa advogada e reconciliadora veio a La Salette recordar-nos esta verdade.

Esquecemo-nos das verdades do Evangelho e, ao contemplar sua aparição e aprofundar-nos em suas palavras, devemos mover-nos a responder a seu chamado, aliviando sua dor, e nxugando suas lágrimas, retornando a Deus com todo o nosso coração, através de Seu Filho Jesus Cristo, Que é o Caminho, a Verdade e a Vida. O que foi crucificado por nossos pecados e ressuscitou dentro os mortos para nossa salvação. Jesus, nossa paz e reconciliação.